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Conversas à Mesa

+BRAGANÇA, TRADIÇÃO E MODERNIDADE

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Bragança e arredores são uma região que conheço e de que muito gosto, mas tive a oportunidade de recentemente os conhecer de forma diferente, graças a uma press trip (uma viagem para a qual são convidadas pessoas de meios de comunicação) promovida Associação Comercial, Industrial e Serviços de Bragança (ACISB), no sentido de desenvolver a vertente turística. A ideia final será a constituição de uma plataforma que divulgará ««pacotes» turísticos direccionados para as diversas vertentes que não faltam na região. Tal como na foto deste prato de Luís Portugal (Tasca do Zé Tuga, perto do castelo), Bragança reúne tradição e modernidade.

Foi muito bem organizada a viagem que ocupou dois dias e meio, passando pela gastronomia, arte, natureza e história e juntou gente portuguesa, espanhola, dinamarquesa e francesa.

Em termos gastronómicos visitámos diversos restaurantes, alguma de cozinha regional, outros de cozinha contemporânea, e aqui vos deixo as fotos do que mais gostei.ATerra Fria transmontana conserva intactas muitas tradições, desde os famosos enchidos, frutos do excelente porco bísaro, do frio e do fumo, até à castanha, da qual tanto se faz pão, como sopa, como doces, passando pela carne de vaca de raça mirandesa e pela caça.

 

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Bola de presunto e de sardinha - Tasca do Zé Tuga

 

 

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Truta do rio - Tasca do Zé Tuga

 

 

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Restaurante típico O Javali, famoso pela caça

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Javali com grelos nem O Javali.

 

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Restaurante A Lombada, com uma fantástica grelha e umas belas costeletas de cordeiro

 

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Restaurante A Lombada, Galo no Pote, com a ave de pica no chão 

 

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Os famosos enchidos de porco bísaro do D. Roberto 

 

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 Arroz de javali no D. Roberto

 

 

 

 

Ficámos também a conhecer a serra de Montesinho, acompanhados de António Sá, um guia precioso que faz este tipo de tours, e a lindíssima aldeia luso-espanhola de Rio de Onor, famosa pela sua vida comunitária. Alguns conhecimentos foram-nos passados em primeira mão por um habitante local, o Sr. Mariano Augusto, que até nos mostrou a antiga vara da justiça, onde eram anotadas as transgressões dos locais. Soluções comunitárias também presentes na Domus Municipalis, começado a construir no século XVI sobre a cisterna de águas a fim de servir de espaço de reunião dos homens bons do concelho. Lindíssimas são as igrejas que visitámos, desde a Sé até à igreja de S. Bento com o seu famoso tecto de alfarge, um raro exemplo de arte mudéjar, um estilo ibero-muçulmano. Visitámos também alguns museus, nomeadamente o Centro de Arte Contemporânea Graça Morais, com um vasto acervo desta pintora transmontana.

 

IMG_7845.jpgA Igreja de S. Bento

 

 

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Três fotos de Rio de Onor

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Os negrinhos da sorte

 

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A Dona Julieta e as suas cantarinhas.

 

Visitámos ainda a célebre feira das cantarinhas, onde era costume o povo abastecer-se de olaria. Hoje ficaram as miniaturas para amostra. A base do brilhante barro das minas de estanho, a olaria era feita pelas mulheres da região da Pinela no Inverno, quando se tornava impossível o trabalho nas minas. A oleira Julieta falou-nos sobre a sua arte, que hoje dificilmente irá transmitir e que corporiza nas minúsculas cantarinhas que sempre constituíram os mimos para as crianças. Infelizmente, como acontece por todo o país, cada vez há menos artesanato nas feiras. A esta feira vem-se comprar as mudas de plantas para a horta da Primavera, o renovo, e os pequenos negrinhos, reputados por darem sorte caso sejam oferecidos.

 

 

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 Um bísaro? Perto do castelo

 

Espero que esta minha viagem a Bragança sirva para despertar o seu interesse para conhecer, ou regressar, a esta região de maravilhas naturais, culturais e gastronómicas. Obrigada à +Bragança pela magnífica organização.