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Conversas à Mesa

Fast Food na ribalta

 

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Nas últimas semanas, os media estado-unidenses centraram-se no tema da alimentação infantil. A preocupação com a obesidade infantil chegou às cadeias de fast food.

Uma das coisas que mais me chocou em termos de alimentação nas viagens que fiz aos EUA foi ver praticamente todas as crianças agarradas a biberões com refrigerantes ou outras bebidas carregadas de açúcar. Este problema dos «sodas» é transversal a todas as idades, e um grande responsável pela obesidade: ao mesmo tempo que são rico em calorias vazias do açúcar, os refrigerantes distendem o estômago.

O USA TODAY de 10 de Março traz dois artigos sobre esta questão. Um deles faz a primeira página: Sorry Kids, no soda with your meal. A Burger King juntou-se à McDonald’s e à Wendy’s ao retirar os refrigerantes das refeições para crianças, substituindo-os por leite magro, 100% sumo de maçã e leite magro com chocolate.

Esta mudança resulta de uma longa e intensa campanha por parte da sociedade civil e tem como finalidade, segundo o CEO da Burger King, Alex Macedo, «oferecer aos nossos clientes opções que se enquadrem nas necessidades do lifestyle».

O lifestyle parece estar efectivamente a mudar. A segunda notícia da mesma edição do jornal refere uma queda de 4% no volume de negócios da McDonald’s nas lojas americanas e 1,7%, globalmente. Em comunicado de imprensa, a companhia expica essa queda com a mudança das necessidades e das preferências dos consumidores e confessa a necessidade de introduzir mudanças urgentes que as acompanhem. Essas mudanças estão também relacionadas com a associação da empresa a más práticas alimentares no campo da saúde. Uma das medidas foi tomadas ainda em 2011, como resultado das campanhas de Jamie Oliver, a empresa deixou de usar hidróxido de amônio para transformar as carnes no famoso «pink slime». Outra é recente e passa por ir abandonando o uso de antibióticos nas galinhas ao longo dos próximos dois anos. Ambas as práticas continuam a ser comuns em grande parte da indústria alimentar.

As boas notícias são que a força da opinião pública se vai efectivamente fazendo sentir por trás destas transformações, pelo que o consumidor deve continuar a lutar pela sua saúde e pela saúde das crianças.

Contudo, é cada vez mais difícil lutar contra hábitos que, embora recentes, são resilientes. Nada mais confrangedor que entrar numa mercearia ou supermercado próximos de uma escola pela manhã e apercebermo-nos de que crianças e adolescentes, vindos em jejum para a escola, aqui compram para o pequeno almoço refrigerantes e toda a sorte de doçaria industrial, desde os pães com chocolate, até aos bolos de pacote carregados de açúcares e gorduras hidrogenadas. Segundo estudos efectuados pela OMS entre 2009 e 2010 na Europa, a Grécia lidera na percentagem de crianças de 11 anos com excesso de peso (33%), seguida de Portugal (32%). 40,5 % dos rapazes e 35,5 das raparigas com 7 anos têm excesso de peso em Portugal.

Não há que pensar sobre tudo isto, há sim que começar a agir e a encarar a gastronomia cada vez mais sob o ponto de vista da saúde. Veja também Crianças e Comidas, aqui no blog.

 

Imagem retirada daqui

 

 

 

 

  

 

 

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