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Conversas à Mesa

Broas de Natal

O Natal está à porta e eu já comecei a labuta com a distribuição de broas de espécie pelos amigos. A receita das BROAS está aqui mesmo, neste blog. Vale a pena fazê-las, para ter casa e para oferecer, porque nada têm a ver com as de fabrico das pastelarias. Comprei a hóstia e as caixinhas em Cascais, no Cake in Colours.

 









Cake in Colours

R. de Braga, Lote 1, Loja 1 dta, Pai do Vento, Cascais

Tel  914837094

 

 

 

Biscoitos para cão feitos em casa

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Nada mais fácil do que fazer uns saudáveis biscoitos para mimar o seu cão, ou os cães dos amigos (salvo seja) no Natal. Levam apenas farinha de soja e de trigo, água e um pouco de mel e de óleo. São muito mais baratos que os de compra e muitos fáceis e divertidos de fazer, embora não deva esperar uma grande ajuda do seu cão...

A receita destes biscoitos fui buscá-la ao livro Cão Gourmet de Myrian Abicair, editada no Brasil pela Cook Lovers, e adaptei-a.

Confesso que não resisti a provar e são óptimos. Enquanto os estava a fazer, o meu cão já andava doido de volta de mim, o que não é habitual, mas deve ter-lhe cheirado a soja, um ingrediente muito comum nas rações caninas.



 

 



 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 


 

Biscoito colorido

250 g de farinha de soja (como não encontrei, triturei soja miúda)

125 g de farinha de trigo (integral segundo a receita, eu fiz com a normal)

¼ de chávena de mel (mais ou menos 3 colheres de sopa)

 

¼ de chávena de óleo vegetal (na receita, fala em canola, eu usei girassol)

corante alimentar com a cor que quiser

 

modo de preparo

Aqueça o forno a 160ºC.

Numa tigela, misture todos os ingredientes com as mãos.

Divida a massa ao meio, e junte o corante a uma das metades.

Numa superfície bem enfarinhada, estenda a massa sem cor até ficar com cerca de 4 mm e estenda por cima a verde até ficar com 2 a 3 mm de espessura.

Com os moldes, corte a massa e coloque os biscoitos sobre papel vegetal levemente untado no tabuleiro do forno.

Leve durante cerca de 15 a 20 minutos ao forno quente. Deixe arrefecer ligeiramente e transfira-os para uma rede. 





 

 




 

 




 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Coração paulista 2: O notável sushi do Shin Zushi

 

 

 

 

 

 

 

 

Uma viagem gastronómica por São Paulo não pode deixar de ter uma visita ao bairro da Liberdade, onde se encontram os principais estabelecimentos de japoneses, e uma ida a um restaurante japonês. Desta feita escolhi o Shin Zushi, aconselhada por alguém que sabe e também por terem recebido o conceituado prémio da revista Paladar (jornal Estado de São Paulo) com um sushi de lula.





 

 

 





Rosa Belluzzo, no seu magnífico livro São Paulo Memória e Sabor, explica que os Japoneses chegaram ao Brasil através do porto de Santos no princípio do século XX, a fim de trabalharem nas fazendas de café em substituição do trabalho escravo negro (a abolição deste data de 1888). Comiam “sardinha que secavam e moíam para preparar o missoshiru” (de misso, caldo, e soja fermentada, shiru). Um século depois, é gigante a influência da cozinha japonesa em São Paulo. Dominado pelos italianos, o panorama restaurativo paulista abriu alas para os japoneses nos anos 90.






 

O Ken Mizumoto, uma simpatia






 

O chá

 



 



O Shin Zushi é uma casa simples que mistura elementos brasileiros com o oriente, decoração (mais ausência dela) muito simples e completamente descaracterizada, mas acolhimento extremamente simpático e caloroso.

Reservei balcão e tive a sorte de ser servida pelo filho do patrão, o Ken Mizumoto, com muita formação na origem (tinha acabado de regressar do Japão). Assentos muito confortáveis, sendo toda a comida servida directamente sobre a pedra negra do balcão. O prato é uma grande folha que nos é colocada à frente, com o wasabi e o gengibre e onde são servidos sushis e sashimis.












Comecei com sashimi de toro, mas preferi-lhe o de salmão do Chile, verdadeiro equilíbrio de sabor e gordura. Seguiu-se-lhe o sushi de lula, com o qual o restaurante havia ganho o prémio da revista. Ken começou por colocar à nossa vista uma comprida e branca tira de lula que, depois de braseada a maçarico, ganha uma linda cor e fica toda rendilhada. A peça final é de uma beleza surpreendente. Além da pressão que se faz na quenelle de arroz, um dos segredos do sushi reside na proporção entre a quantidade de arroz e de peixe. Ken é mestre nessa arte do equilíbrio, e o arroz, quase nada avinagrado, funciona como um suporte.



 

Toro







 

 Atum




 

O sushi de lula vencedorado prémio da revista Paladar do jornal Estado de São Paulo






 

O almoço completo do vizinho do lado


Porém, um dos meus sashimis preferidos veio a seguir: perninhas de lula cruas. O que mais em encantou foi o crocante que se sentia na boca ao mastigar, um estalar muito agradável e surpreendente.



 

 





Deliciosa e cremosa são as ostras cruas acompanhadas de um caldinho com os sucos das mesmas temperados com cebolo.







 

 


O rolo de ouriço-do-mar embrulhado em alga tinha o característico sabor adocicado que denota a sua extrema frescura.

Para terminar, Ken sugeriu um sushi de enguia. Braseada e caramelizada, funcionou praticamente como sobremesa e serviu para terminar em beleza uma refeição acompanhada com vários chás e saqués, dos mais macios aos mais complexos.




 

Bom, mas no fim ainda veio a verdadeira sobremesa, a Am mitsu, uma combinação fresquíssima de cubos de gelatina incolor, morangos e feijão.

 

 

 

 






Shin zushi

R. Afonso de Freitas, 169

Paraíso

São Paulo - SP

Tel : (11) 3889-8700

Preço desta refeição: 180 reais, mas há menus de degustação aos dias de semana bem mais baratos

O glamour do Ritz

 

 

 

 

Tanta história naquelas salas. O Ritz, abriu as suas portas em 1959, fruto da ideia de dois empresários, Ricardo Espírito Santo e Manuel Queiroz Pereira, que queriam que Lisboa tivesse um hotel de luxo. A primeira brigada, vinda de França, era chefiada por Pouquet, enquanto na sala o maître d’ tinha vindo do inolvidável hotel Avis, que acabara de fechar. O serviço era de guéridon (pratos acabados na sala, num carrinho, por exemplo os emocionantes flambés) e a cozinha tinha uma componente regional e de mercado. No ano de 1964, Helmut Ziebell desembarcou em Lisboa no Sud-Express, a fim de substituir um amigo seu na brigada deste hotel.

 

 

 

 

 

 

Na bagagem trazia já alguns anos de carreira nos melhores hotéis da Europa. Nascido em Pernitz, na Áustria, crescera na difícil e dura época do pós-guerra. Aconselhado pela mãe a ir trabalhar na cozinha, a única profissão onde sempre teria comida e calor, fez a escola de hotelaria em Nuremberga. Um dos seus primeiros trabalhos foi na Suíça, com Otto Thöni, discípulo do grande Escoffier. Trabalhou também em Itália, em Inglaterra e em cruzeiros de luxo. Permaneceu no Ritz entre 1964 e 1975, tendo passado os conturbados anos que se seguiram ao 25 de Abril (época em que o Ritz se encheu com os retornados vindos das antigas colónias) no Intercontinental de Riade. Em 1981, regressou ao Ritz, quando este foi comprado pela cadeia Intercontinental, tendo saído definitivamente em 2001, depois de muitos anos de trabalho como chef executivo e de ter granjeado enorme prestígio. Ao longo desses anos, foram inúmeros os profissionais que passaram pelas suas brigadas, verdadeira escola onde se aprendiam as mais complexas técnicas. Uma das novidades que introduziu foi um buffet, que se tornou referência. O actual chef do ritz Four Seasons é o franco-canadiano Pascal Meynard, que já trabalhou no Pré Catelan, de Paris. 

 

 

 

 

 

Hoje fui com um grupo de amigas fazer o nosso almoço de Natal no Ritz. O hotel, sob a direcção do genial Costa Macedo, está lindo e extremamente agradável, de um luxo understated. 

O buffet fica por menos de 60 euros por pessoa com água e cafés. A melhoir parte do buffet é a parte fria, bastante rica, que inclui lagosta e lavagente cozidos, sushi e sashimi. Passa-se depois aos pratos quentes. Dos 5 que havia, provei o robalo inteiro com molho holandês, bem confeccionado, embora o robalo não fosse de qualidade superior e a picanha fatiada em guéridon (o carrinho da foto a preto e branco), qualidade da carne média. 

O buffet de sobremesas estava muito bem. Os mil folhas são sempre de provar, um incomparável clássico do Ritz. O docinho de manga estava lindo e muito bom. As gomas são muito boas, assim como os mini pastéis de nata que vêm com o café. 

 

 

 

 

 

É um almoço para saborear lentamente e que vale sobretudo por todo o ambiente. É divertido, vêm-se sempre muitas figuras públicas e o serviço é muito profissional. Por 55 euros por cabeça, fixos sem surpresas, vale a pena experimentar, num dia em que possa faire la longue table.