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Conversas à Mesa

ALMOÇO DE BIVALVES

mexilhões

 

 

 

 

 

Hoje tinha dois grandes amigos para almoçar e depois de passeio pelas bancas de peixe da Praça de Cascais (que está cada vez melhor) optei por uns percebes para entrada, amêijoas e mexilhões.

Os percebes não têm nada que perceber, água a ferver, muito sal e desligar assim que a água voltar a levantar fervura. As amêijoas (também chamadas boas, verdadeiras, legítimas ou cristãs, por oposição às amêijoas-machas ou judias) foram à Bulhão Pato (duas colheres de sopa de bom azeite, 3 dentes de alho, aquecer, deitar 1 kg de amêijoas e desligar assim que abrirem, agitando um pouco o tacho no interim, sem o destapar. Juntar os coentros grosseiramente picados e retirar os dentes de alho).

Os mexilhões já foi outra conversa. Apeteceu-me fazer qualquer coisa mais oriental. Limpei-os bem e retirei-lhes as barbas. Num tacho pouco fundo, aqueci 3 colheres de sopa de óleo de amendoim e juntei-lhe 1,5 cm de gengibre ralado e dois talos de erva-príncipe esmagados (se preferir um sabor mais alimonado, pode ralar a erva-príncipe). Precisava de um sabor picante, e juntei o que tinha e que deu óptimo resultado: uma mistura em pó picante para barbecue que tinha trazido do Texas. Tabasco também deve resultar bem. Quando o óleo estiver bem quente, juntei os mexilhões (1 kg) e cerca de 1 dl de vinho branco (se não tiver, pode usar água). À medida que abriam, fui retirando os mexilhões para uma taça. Em seguida, fiz o molho a partir do líquido que ficou no tacho. Juntei 1 colher de sobremesa de molho de peixe tailandês, 1 colher de chá de açúcar amarelo e 1 colher de sobremesa de manteiga. Aqueci bem o molho e deitei sobre os mexilhões. Fundamental, um bom pão estaladiço para molhar.

 

Tombalobos vigoroso

 

  

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O Tomba Lobos é um restaurante com pretensões, sim, mas despretensioso. Pretensões de José Júlio Vintém a servir comida genuína e que nos saiba bem. A energia dos produtos locais transporta-se para os pratos e explica-se com toda a clareza, tornando tudo facilmente identificável. É uma casa que merece a deslocação propositada de Lisboa. Fica agora situada logo numa das saídas de Portalegre, numa casa dotada de uma esplanada quintaleira na frente. No interior, duas salas. A primeira, na entrada, possui apenas uma mesa comprida com bancos corridos e o bar, por trás do qual se avista a cozinha. A sala principal é quase monacal, mas muito acolhedora com os seus tons claros.

 

Voltei ao Tomba Lombos a semana que passou com três convidados. Tiveram a gentileza de nos receber quase às 3 horas, sempre com a mesma gentileza.

 

Aqui ficam as comidas. Nas minhas preferências ficaram as Pétalas de bacalhau com ananás e a focinheira de porco. As bochechas estavam de textura finíssima e as já clássicas favas com morangos sempre fabulosas. Desta vez falhei um dos meus pratos preferidos (os pezinhos de porco panados), mas infelizmente as coisas têm limites…

 

Fico já a pensar na próxima.

 

 

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DOIS CAFÉS EXEMPLARES

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Nas últimas semanas, tenho andado em tournée pelo país todo, qual Tony Carreira, fazendo sessões de autógrafos nas estações dos CTT. As equipas têm-me recebido com todo o carinho, tornando cada sessão num momento muito especial. Aqui fica a minha homenagem pública a todas as equipas das estações dos Correios. 

Sexta feira foi a vez de Coimbra (de manhã) e Leiria (à tarde). Desta vez, esperavam-me duas surpresas, já que as duas sessões tinham lugar em cafés. Cafés completamente diferentes, mas ambos locais extremamente agradáveis.

 

 

 

 

O Café de Santa Cruz, em Coimbra

Em Coimbra, a sessão de autógrafos teve lugar num café tradicional e antigo, o Santa Cruz, colado à  igreja dos frades crúzios e inaugurado em 1923. Sentada à mesa numa cadeira que replicava as originais, com as catedralescas abóbodas sobre a minha cabeça, à minha direita o imponente balcão. bem composto de gentes, o café tem o ambiente perfeito para a tertúlia. Para mim, a grande emoção é saber que ali mesmo ao lado, a uns escassos metros, na igreja que fica paredes meias, está a sepultura do nosso primeiro rei, fundador desta ordem e também crúzio. Dom Afonso Henriques é um dos meus favoritos em toda a nossa história, talvez por ter conseguido transformar uma atitude de revolta num país. 

 

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O túmulo do nosso primeiro rei

 

 

 

A visita ao café tem um outro grande atractivo, os crúzios. Estes pastéis têm um rico recheio de ovos rodeado por uma casquinha fina e uma cobertura de amêndoa lascada que lhe empresta o crocante. é um pastel delicioso e com um grande equilíbrio entre os três elementos, sendo a casquinha um amparo que não se sobrepõe ao recheio. A comer com um café curto.

 

 

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Com a simpática equipa dos CTT de Coimbra.

 

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Com Vítor Marques, um dos proprietários do café e que trabalha actualmente numa história dos cafés e todo o país. 

 

 

O Espaço Eça, em Leiria

O espaço Eça é um café moderno e muito agradável, propriedade de um supersimpático casal, a Susana e o Luís, que se desdobra em várias e agradáveis salas, tendo uma delas biiblioteca. Para combinar com o bom expresso, há uma boa variedade de bolos feitos pela Susana. Pode almoçar-se, leve, e a brevemente, será possível petiscar à noite. A rua estreita abriga lojas curiosas, como duas chapelarias modernizadas. A não perder, quando for a Leiria. 

 

 

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Imagens da prepração para a sessão de autógrafos no Espaço Eça

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 Uma das salas, a de entrada.

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