ACEITA-SE MAIS CHEFS À PESCA
Chefs à Pesca
Mais uma edição deste encontro entre os chefs e o pescado, seja ele de mar ou de rio, promovido pelo Mário Cerdeira (Gesticook).
O anfitrião é um dos chefs, acho que mesmo «o» chef que mais percebe de peixe em Portugal, o Luís Barradas, esteja ele ainda no seu habitat natural ou em transição para o prato. Além disso tem ainda uma presença incrível e um discurso muito interessante. Sabe e sabe comunicar. Não é assim tão comum.
Desta vez o evento deu-se na praia da Vagueira, perto de Vagos, acompanhando o Vagos Sensation Gourmet 2017 (que nomes ingleses desadequados arranjam as Câmaras Municipais para estes eventos populares, talvez almejando à internacionalização?).
A ideia era assistirmos a arte de pesca hoje só para turista ver, a arte xávega. Tem como particulariedade serem as redes puxadas no areal por juntas de bois. Esta arte fazia sentido na época em que a pesca não chagava para o sustento dos epscadores, que, ao longo de grande parte da costa, se tornavam lavradores for a dos meses da campanha. Aqui em Vagos, esta acontecia a partir da Primavera até ao fim do Outono. Para a agricultura, possuíam juntas de bois, que resolverem utilizar na pesca para os ajudar a puxar as redes. Hoje estes foram substituídos por tractors.
Mas o vento e as ondas pregaram-nos uma partida e os pescadores não saíram à pesca no dia do evento. Foi uma pena.
Ficou-nos a oportunidade de provarmos vários tipos de peixe da zona (cavalas, sardinhas e carapaus). Na minha opinião, o carapau triunfou de longe, com uma textura amanteigada. Houve ainda, lulas e chocos, tudo na grelha. O almoço foi abrilhantado por uma «Grãozada de samos e línguas de bacalhau» feita na altura pelo Luís Barradas, com a ajuda do Paulo Matias (Porto de Santa Maria, Guincho) e do Joe Best (Mem, Loulé).
E viva o peixe português.
Barradas e Matias preparam a grãozada. Tão simples e tão bom.
Inicia-se a função.
Vira-se a sardinha
A grãozada sobre várias camas de plástico.