Saltar para: Posts [1], Pesquisa [2]

Conversas à Mesa

O MELHOR BOLO DE IOGURTE

bolo de iogurte

 

 

É considerado o bolo mais simples do mundo. os ingredientes são básicos e faz-se numa só tigela. As crianças, que costumam apreciar os sabores mais simples, são fãs deste bolo. Tem ainda a vantagem de se puderem usar iogurtes probióticos. Numa tarde de Sábado em que tudo era válido para fugir ao trabalho, fiz dose dupla com a mesma receita. A ideia é oferecer um à minha filha, que está sempre a recusar bolos e outros doces que eu tento impingir-lhe. Diz ela que o açúcar não faz falta nenhuma, sobretudo agora que está novamente grávida e não quer engordar mais do que o indispensável. 

Bendito seja o meu genro que aceita e aprecia sempre tudo o que eu faço...

Aqui fica a receita para dois bolos grandotes. Para quem não quer impingir bolos a alguém, é perfeitamente possível fazer só 1 com metade da receita...

 

Bolo de iogurte

 

150 g de manteiga, amolecida (nunca derretida)

1 dl de óleo vegetal

280 g de açúcar

2 iogurtes naturais 

raspa muito fina de 1 limão

8 ovos

500 g de farinha

1 colher de sobremesa de fermento em pó

 

1) Pré-aqueça o forno a 180ºC. Unte duas formas de bolo de tamanho médio com buraco com manteiga.

2) Bata a manteiga e o óleo com o açúcar até ficar cremoso. 

3) Junte os iogurtes naturais com a raspa de limão e bata novamente até ficar homogéneo. 

4) Adicione os ovos, um de cada vez.

5) Misture a farinha peneirada com o fermento, batendo muito lentamente.

 

 

 

 

 

 

 

COMER PARA O CÉREBRO

curcuma-620x330.png

 

Chamam-lhes as drogas inteligentes porque supostamente nos tornam mais inteligentes. Mais alerta, mais focados, com mais memória, com melhores faculdades cognitivas. São os nootrópicos.

2018 será o ano dos nootrópicos na alimentação. Depois de comermos para melhorar a atividade do aparelho digestivo, depois dos probióticos (sobretudo o Lactobacillus bulgaricus e o Streptococcus thermophilus, presentes, por exemplo, em certos iogurtes), chegou a vez de alimentarmos o cérebro.

Uma das principais funções dos nootrópicos naturais é melhorar a circulaçãoo sanguínea cerebral. Ginseng, gingko biloba e bacopa desempenham essa função, ajudando a eliminar os radicais livres e favorecendo a regeneração celular. Curcumina do açafrão-da-índia, vinpocetina da pervinca, L-teanina do chá verde e ómega-3 de alguns peixes gordos são preciosos para o cérebro.

Cada vez estamos mais despertos para a relação entre alimentação e doença, alimentação e saúde. Alimente-se para melhorar a actividade do seu cérebro.

 

Bacopa-cropped.jpg

Bacopa

 

COZIDO DE PEIXE NA AVENIDA

IMG_6713.JPG

 

 

Conheci pessoalmente a chef Luísa Fernandes há pouco tempo, mas há muito que a conhecia através das redes sociais.

A sua história é muito interessante: enfermeira de profissão, abriu simultaneamente um pequeno restaurante, o Tachos de S. Bento, mas nunca esqueceu o seu sonho de miúda, que era ir trabalhar para Nova Iorque. Com 50 anos emigrou para a capital estado-unidense. Começou por trabalhar nos inevitáveis restaurantes lusos de Newark, onde existe grande comunidade portuguesa. O que a catapultou para uma vida melhor, terá sido a sua vitória no concurso Chopped e o curso que fez na Cordon Bleu de Boston. Algum tempo depois, chega o prémio do seu esforço ao assumir a chefia do Robert, um conhecido restaurante nova-iorquino onde pode dar a conhecer alguns pratos da cozinha portuguesa a personalidades famosas, como o ex-presidente Obama.

Mas nunca esqueceu a sua terra e em 2017 resolveu regressar. Abriu um restaurante dedicado ao mar, o Peixe na Avenida. Fui conhecê-lo recentemente e gostei tanto que regressei logo de seguida para outra refeição.

 

IMG_6398.jpg

IMG_6399.jpg

 

Da primeira vez que lá jantei percebi de imediato que a Luisinha, como muita a gente a trata carinhosamente não pela sua estatura mas por ser gentil e carinhosa, dizia eu que a Luisinha tem muita mão para os temperos. Essa arte foi visível em dois pratos, um brasileiro, a moqueca baiana, com peixe do dia, camarão, leite de coco, óleo de palma e mandioca (17 euros) e o caril de Goa, com camarão, caranguejo e arroz de cardamomo (23 euros). Neste último a mistura do caril muito equilibrada e suave, adequada ao nosso paladar, estando o caranguejo desfiado. Nenhum destes pratos que se comem de talher devem trazer animais com casca, e o caril trazia um camarão grande com casca, maior do que os descascados e que estava um pouco mole, o que não faz sentido. Um pormenor. Quanto à moqueca, estava também bem temperada, sem excessos de óleo de palma e com um bom peixe. Para entrada, comi o atum braseado dos mares dos Açores, escabeche de uvas da herdade Vale da Rosa e cebola-roxa (11 euros), sendo a matéria-prima muito boa e provindo a acidez das uvas e não do atum, o que se torna muito agradável.

Da ementa constam ainda sushis, sashimis e ceviches e peixes do dia ao peso, grelhados, fritos ou no sal.

 

 

IMG_6401.JPG

 

 

IMG_6404.jpg

IMG_6405.JPG

IMG_6411.jpg

 

 

Porém, a grande surpresa surgiu na minha segunda ida ao restaurante, desta feitra a convite da chef para experimentar uma novidade: um cozido de peixe. Servido em duas grandes travessas para 4 pessoas, trazia dois tipos de peixe, robalo e garoupa, caras de bacalhau, atum, camarões, polvo. De legumes, os clássicos, todos fresquíssimos: couve, cenouras, batata, nabo, feijão, sendo o arroz de coentros. Enchidos, todos do mar, inspirados nos de Leonel Pereira, na temporada de 2016, e na sua morcela de tinta de choco e nas farinheiras de milho. Aqui encontramos uma excelente morcela de choco, arroz e tinta de choco, uma farinheira de camarão e um chouriço de polvo. Como vêm nas fotos tudo em aspecto original. Um prato que resulta magnífico de sabores e frescura, com maior levez do que o cozido de carne. Estará na carta todos os dias, ao almoço e ao jantar a partir de início de Março. Penso que em breve será um clássico. Uma dose fartíssima para duas pessoas custa 49 euros.

 

IMG_4699.JPG

 

 

IMG_4697.JPG

 

IMG_4700.JPG

 

 

 

 

IMG_4701.JPG

 

 

 

 

 

O restaurante tem um menu executivo com entrada, prato principal, sobremesa e bebida (que pode ser um copo de vinho) a 14 euros. A não perder ao almoço dos dias de semana.

 

 

 

Peixe na Avenida

Rua Conceição da Glória, 2-6, perpendicular à Avenida da Liberdade, Lisboa (muito perto do parque dos Restauradores).

Tel: 309765939

 

 

TRUFAS NO EGOÍSTA

IMG_6432.jpg

 

 

 

No seu livro Culinária, Olleboma, pseudónimo do grande gastrónomo do início do século XX, António Maria de Oliveira Bello, considerava-as um dos trunfos da cozinha francesa. Chamava-lhes cogumelos negros e achava que «a trufa perfuma caracteristicamente todas as carnes a que se junta, fazendo ressaltar todas as suas boas qualidades aromáticas».

As trufas são fungos que se encontram debaixo da terra, a menos de 30 cm, e que vivem em simbiose com certas árvores, nomeadamente o carvalho e o castanheiro. Há trufas de várias cores: pretas, castanhas, acizentadas e brancas (as célebres trufas de Alba são brancas), num total de mais de 30 variedades só na Europa; as mais apreciadas são as trufas negras do Périgord. Cada vez são mais raras e mais caras. A produção em França é hoje de cerca de um décimo do que já foi no início do século, por factores de vária ordem. Não podem ser cultivadas: apenas surgem quando o micelio (como o dos cogumelos) encontra uma determinada árvore. O chique do chique é come-las por si só, assadas nas brasas ou cozidas com pedacinhos de toucinho entremeado, conforme aconselhava a escritora Collette.

 

Por tudo isto, o jantar das trufas no Egoísta, o restaurante do Casino da Póvoa de Varzim constitui todos os anos um evento muito esperado no Porto e arredores.. À frente da cozinha está um chef , Hermínio Costa, desde a primeira hora em 2009. Conjugar os bons bons produtos portugueses com as técnicas francesas correctamente desempenhadas é o que torna a cozinha deste chef tão apetecível. Já tive a oportunidade de a experimentar algumas vezes, e de todas saí feliz. A mais recente foi a da entrega dos prémios da Academia Portuguesa de Gastronomia e confesso que há alguns anos que a refeição não agradava tanto a todos os convidados.

Mas voltando ao jantar das trufas. O seu aroma intenso e característico não facilita a sua combinação com elementos de sabores suaves, mas em todos os pratos da refeição a combinação foi primorosa.

Nas legendas das fotos, deixo-vos o meu comentário a cada prato.

 

IMG_6431.jpg

 

 

 

IMG_6433.jpg

Amuse-bouche: ovo de codorniz escalfado, trufa negra, presunto de bísaro, caviar. Para começar a sentir os aromas devagar. 

 

 

 

IMG_6438.jpg

Cornucópia de trufa negra. 

 

 

 

 

IMG_6439.JPG

 

 

 

IMG_6441.JPG

Linguado de mar, Crumble de trufa negra e legumes baby. O prato em que a trufa entra de forma mais harmoniosa, na crosta que envolve o linguado, que não perde o seu sabor e permanece suculento.

IMG_6442.JPG

 

 

IMG_6444.JPG

Black angus, batata ratte e trufa negra. Bom emprego da trufa aqui, directa sobre a carne, sem mais rodeios e como deve ser.

 

IMG_6448.jpg

Cacau, avelãs e trufa negra. Muito boaa combinação, a trufa de trufa negra, cacau e avelã. 

 

 

 

 

 

Pág. 1/2