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Conversas à Mesa

VIAJAR PELA ÁSIA NO PENHA LONGA

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A quem ainda não tem as férias à vista, mas anseia por elas, recomendo uma viagem alternativa ao Oriente longínquo através de uma refeição no restaurante Spices, um dos vários do resort Penha Longa. A viagem começa logo com a entrada no vasto parque de vegetação exuberante do resort e com a chegada ao hotel e à antiga quinta e capela.

Para uma viagem mais autêntica, recomendo-lhe que se sente ao balcão, onde pode observar, ali mesmo, todo o preparo dos pratos. A viagem passa por se imaginar num street food qualquer tailandês observando como as formas de confecção, e até os cortes, são diferentes dos nossos. A refeição que passo a descrever foi para 2 pessoas, que comerem muito bem. As doses não são grandes. À partida, os pratos não parecem muito caros, mas se continuarmos a pedir mais, a conta pode ficar bastante elevada. Nós pagamos cerca de 150 euros, com dois copos de vinho e águas, mas foi uma refeição um pouco exagerada. Todos os pratos foram para partilhar.

Aconselho-o a que leia a carta devagar, deixando-se passear pela Índia, pelo Japão, pela China ou pela Tailândia. Eu tirei visto para vários desses países. Aterrei no Japão com uma tempura mista de legumes, peixe e marisco (frituras de legumes e proteínas muito comuns no Japão que foram levados de Portugal pelos jesuítas; a sua origem estará nos peixinhos da horta, nos filetes e na nossa assolapada paixão por fritos com polme). Bem fritos e secos, bem temperado o molho à base de dashi, um caldo de peixe e algas, que reforça o sabor dos fritos, enquanto o habitual daikon ralado lhes empresta frescura).

 

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O Sashimi de toro (atum) estava magnífico, a desfazer-se na boca sem perder o tónus. A não perder esta textura de terra com sabor a mar.

 

 

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Seguiram-se umas Gyozas de camarão e gengibre (pastéis de massa fina, servidos fritos ou cozidos e por vezes com uma superíicie corada na chapa) originalmente chineses, mas hoje omnipresentes no Japão). Talvez o prato menos bem sucedido, com a massa demasiado seca, mas bom sabor de recheio. Servido com o habitual molho de soja.

 

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Depois, demos um salto à Indonésia, com o melhor prato de toda a refeição: Rendang de Borrego com batata fondant e molho de iogurte (prato festivo típico da Indonésia, também servido na Malásia, que consiste numa espécie de caril de carne com um molho muito espesso). O borrego era de boa qualidade e a sua combinação com a acidez do molho de iogurte e a cremosidade semineutra da batata transformaram-no num prato excepcional (foto no título).

 

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A viagem prosseguiu pela Coreia com um Bulgogi de entrecôte maturado com beringela panada (nada mais que um barbecue de carne em coreano), agradável mas não de cair para o lado como o rendang.

 

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A tranca da barriga chegou da Tailândia, sob a forma de uma Sopa picante de camarão, tofu, algas e coentros, a fechar com todo o garbo e força uma bela refeição.

Antes de aterramos ainda houve lugar, no bar, para um whisky japonês (que me perdoem, mas se há palavra que detesto é «uísque») Nikka from the barrel, uma combinação de maltes que envelhece 6 meses em cascos de madeira e atinge os 51% de álcool. vale a pena experimentar este veludo.

A viagem não é barata, mas de lá saímos com a sensação de termos andado por outras paragens.

 

SPICES, PENHA LONGA

Fechado Domingo e Segunda. Ao Sábado há só buffet (58 euros sem bebidas)

Tel: 219249011  

 

 

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