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Conversas à Mesa

BILHETES POSTAIS: ORGIA VERDE EM SINGAPURA

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Do Marina Bay Sands Skypark avista-se um conjunto todo em vidro, que parece ter acabado de chegar do espaço. Trata-se do Jardim Botânico. Um must a ver, a cheirar, a sentir. É uma verdadeiro statement da força de um pequeno país de minúsculas ilhas no meio do mar sem quaisquer recursos naturais de água doce. Na altura da separação de Singapura da Malásia, em 1965, toda a água doce vinha canalizada do continente. Pouco a pouco, e com o planeamento rigoroso e infalível que os caracteriza, os singapurenses construíram 17 reservatórios de água doce que enchem com água da chuva, toda a água usada reciclada e com água do mar dessalinizada. Como também têm um problema de espaço, esses reservatórios estão a ser progressivamente recobertos de energias alternativas.

O Jardim Botânico conta a história dos ecossistemas vegatais de todo o mundo, apresentados da forma mais elegante possível. As principais atracções são a cascata artificial de mais de 70 metros e o espectáculo de luzes nas supertrees, gigantescas estruturas metálicas em forma de árvore. A não perder e a dedicar meio dia inteiro, de preferência na hora de mais calor, pois é fresquíssimo.

 

 

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BILHETES POSTAIS: GOSTEI DE SINGAPURA

 

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Caro leitor

Singapura foi tudo o que eu esperava e ainda mais. Sob domínio inglês desde o início do século XIX (só perdido para uma cruel ocupação japonesa, segundo as palavras do meu guia, durante a Segunda Guerra Mundial) uniu-se a outros territórios vizinhos para formar a Malásia em 1963, mas ganhou a independência total em 1965. Tem pouco mais de 5 milhões de habitantes para uma área de 704 km2 (dois terços da superfície de Cascais), um quarto dos quais já conquistados ao mar, distribuídos por várias ilhas.

O que mais e fascinou nesta terra foi a sua enorme capacidade de planear e de seguir à risca o planeamento. Um dos maiores problemas é a água doce, que importam da Malásia. Para poderem tornar-se autossuficientes, têm vindo a construir enormes reservatórios de água doce, atualmente em número de 17, reciclam toda a água que gastam e dessalinizam a do mar. Porém, em Singapura, nada pode ter uma única utilização, pelo que cobrem esses reservatórios com painéis de energia solar que produzem energia e evitam a evaporação da água dos depósitos.

A riqueza de Singapura resulta sobretudo da indústria transformadora de produtos importados, dos mercados financeiros, do turismo e da sua posição como hub portuário. Como a Tailândia ameaçava cortar a meio a sua península do Sul a fim de fazer um canal de passagem para os navios, Singapura foi-se preparando para perder a posição privilegiada do seu porto, investindo noutras actividades económicas.

A cidade é de uma limpeza exemplar. As áreas onde se pode fumar na rua são quadrados de 3m por 2m delimitados por linhas amarelas pintadas no chão e situadas sempre à torreira do sol. Mas a cidade, de clima equatorial tem uma vasta cobertura verde, uma parte da qual decora os prédios.

Uma das atracções principais da cidade é a skyline. A arquitectura dos prédios é fascinante, com intervalos colunares a meio, geralmente cobertos de vegetação verde. Cada prédio é uma obra de arte. Uns são cobertos por um desenho em colmeia, outros de linhas caprichosas e até um conjunto de três torres que suportam entre si uma estrutura horizontal em forma de barco voador onde se pode usufruir da melhor vista da cidade (Marina Bay Sands Skypark).  Pode subir-se lá cima com um bilhete e vale muito a pena. Há um restaurante carote mas que vale muito a pena, ao lado de uma pisina infinita.

 

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O prédio-barco: Marina Bay Sands, com o miradouro Skypark em cima. Visita obrigatória em Singapura. Além da vista, não perca o leitor o centro comercial que se espalha pelos andares de baixo do prédio, com uma arquitectura espacial. 

 

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O restaurante com os toldos vermelhos e a piscina infinita. Notável.

 

 

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Visto de cima, o museu da ciência parece uma mão aberta a transmitir os conhecimentos.

 

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A loja da Louis Vuitton é isto. não há palavras. Infelizmente não houve tempo para visitar por dentro.

 

 

BILHETES POSTAIS: A CAMINHO DO ORIENTE

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Tendo chegado aos 60 anos sem qualquer desejo de fazer um cruzeiro, acabei por me estrear com destino aos paraísos a Leste. Ao longo desta viagem fui-lhe escrevendo bilhetes postais, curtos e fáceis de ler, para que o leitor pudesse viajar a meu lado. Nem sempre são muito convencionais ou têm imagens lindas, mas transmitem a minha forma de ver o mundo. Aqui vão ficando, dia após dia, dirigidos a si.

 

 

 

 

                                                                       

 

Querido Leitor                      

O meu cruzeiro, que iria fazer com um grupo de onze amigos, partia de Singapura. Foi um tormento lá chegar, na económica da Emirates, que até é bem jeitosa comparada com outras companhias. Tem um bom pitch entre os assentos, escolha de prato principal da refeição quente e duas horas de internet grátis. Primeiro percurso, oito horas até ao Dubai. Como foram feitas de dia, num gigantesco B777, nada de fechar o olho, mas consegui ver quase todos os filmes candidatos aos Óscares. Às duas da manhã, parecia um zombie no aeroporto do Dubai, à procura de uma daquelas gaiolas onde se pode fumar. Sem quase nenhuma extracção, teve a vantagem de nem precisar de acender o cigarro. Assim que lá entrei, fiquei servida de nicotina no pulmão, no cabelo e na roupa para o resto da viagem toda.

Mais oito horas de viagem em direcção a Singapura, no clássico dormir e acordar, desta vez no gigantesco A380, em cuja classe económica apenas se vislumbram as escadarias para o céu, sendo estas o acesso à primeira classe e aos aposentos particulares onde se pode tomar uma chuveirada, dormir numa cama verdadeira com lençóis e chegar fresco ao destino. Eu cheguei a Singapura com os olhos vermelhos, os pés inchados e o cabelo desgrenhado da electricidade estática. Mas também cheguei.

Despeço-me aqui e até ao próximo postal

 

 

 

AS TÂMARAS DO PROFETA

 

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Maomé aconselha que se comam sete tâmaras ajwa logo pela manhã, para evitar a magia e o veneno. Hoje, a medicina aconselha o seu consumo porque, sendo muito menos doces que as outras, são ricas em minerais e muitos outros nutrientes, nomeadamente o cálcio. Regulam a tensão arterial e o aparelho digestivo, fazem bem aos olhos e ajudam a combater a infertilidade. 

De todas as que conheço, incluindo as medjool, são as minhas favoritas. São pequenas, muito escuras, pouco doces e mais secas, mas o sabor é concentrado. À vista, ninguém dá nada por elas, mas costumam ser mais caras que a maioria das medjool.

São as favoritas na zona da Arábia Saudita para quebrar o jejum do Ramadão, uma vez que são riquíssimas em energia. 

A quem não as conhece, aconselho que as prove. Mesmo os que não gostam das tâmaras clássicas, irão ficar fãs destas ajwa. 

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