Caro leitor
Singapura foi tudo o que eu esperava e ainda mais. Sob domínio inglês desde o início do século XIX (só perdido para uma cruel ocupação japonesa, segundo as palavras do meu guia, durante a Segunda Guerra Mundial) uniu-se a outros territórios vizinhos para formar a Malásia em 1963, mas ganhou a independência total em 1965. Tem pouco mais de 5 milhões de habitantes para uma área de 704 km2 (dois terços da superfície de Cascais), um quarto dos quais já conquistados ao mar, distribuídos por várias ilhas.
O que mais e fascinou nesta terra foi a sua enorme capacidade de planear e de seguir à risca o planeamento. Um dos maiores problemas é a água doce, que importam da Malásia. Para poderem tornar-se autossuficientes, têm vindo a construir enormes reservatórios de água doce, atualmente em número de 17, reciclam toda a água que gastam e dessalinizam a do mar. Porém, em Singapura, nada pode ter uma única utilização, pelo que cobrem esses reservatórios com painéis de energia solar que produzem energia e evitam a evaporação da água dos depósitos.
A riqueza de Singapura resulta sobretudo da indústria transformadora de produtos importados, dos mercados financeiros, do turismo e da sua posição como hub portuário. Como a Tailândia ameaçava cortar a meio a sua península do Sul a fim de fazer um canal de passagem para os navios, Singapura foi-se preparando para perder a posição privilegiada do seu porto, investindo noutras actividades económicas.
A cidade é de uma limpeza exemplar. As áreas onde se pode fumar na rua são quadrados de 3m por 2m delimitados por linhas amarelas pintadas no chão e situadas sempre à torreira do sol. Mas a cidade, de clima equatorial tem uma vasta cobertura verde, uma parte da qual decora os prédios.
Uma das atracções principais da cidade é a skyline. A arquitectura dos prédios é fascinante, com intervalos colunares a meio, geralmente cobertos de vegetação verde. Cada prédio é uma obra de arte. Uns são cobertos por um desenho em colmeia, outros de linhas caprichosas e até um conjunto de três torres que suportam entre si uma estrutura horizontal em forma de barco voador onde se pode usufruir da melhor vista da cidade (Marina Bay Sands Skypark). Pode subir-se lá cima com um bilhete e vale muito a pena. Há um restaurante carote mas que vale muito a pena, ao lado de uma pisina infinita.
O prédio-barco: Marina Bay Sands, com o miradouro Skypark em cima. Visita obrigatória em Singapura. Além da vista, não perca o leitor o centro comercial que se espalha pelos andares de baixo do prédio, com uma arquitectura espacial.
O restaurante com os toldos vermelhos e a piscina infinita. Notável.
Visto de cima, o museu da ciência parece uma mão aberta a transmitir os conhecimentos.
A loja da Louis Vuitton é isto. não há palavras. Infelizmente não houve tempo para visitar por dentro.