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Conversas à Mesa

BERTÍLIO GOMES NO ALBRICOQUE

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Jovens foodies talvez não conheçam a longa, inovadora e criativa carreira de Bertílio Gomes, hoje aos comandos do Chapitô. Mas prestem atenção. Posso dizer que sempre foi um dos meus cozinheiros favoritos, pela sua atitude em relação á cozinha popular e regional, ao tratamento do produto, e ao modo como consegue modernizar os pratos sem que percam em sabor nem em matriz. Bertílio é algarvio e sempre cuidou de recuperar os pratos populares da sua terra, sejam eles da serra, do barrocal ou do litoral, buscando e obtendo conhecimentos sólidos neste campo.

Quando conheci o Bertílio, em 2007, há doze anos atrás, já ele defendia «uma cozinha responsável, em que todo o percurso dos alimentos seja traçável e em que não só se defenda a saúde do consumidor, como também a preservação das espécies animais ou vegetais.» Esta atitude de respeito e conhecimento dos produtos desenvolveu-a ainda mais Bertílio em contacto com Joaquim Figueiredo, um dos pais da cozinha contemporânea portuguesa, que infelizmente abandonou muito novo.  Bertílio Gomes trabalhou com ele na abertura da Bica do Sapato, após ter passado por estágios na CIA (Culinary Institute of America) e no hotel da Lapa. Seguiu-se a chefia do Faz Figura e o saudoso Vírgula, onde fez um trabalho magnífico. Depois do fecho do Vìrgula, Bertílio assumiu a chefia do Chapitô, onde tem feito trabalho muito interessante com a defesa de determinados produtos, nmeadamente os cogumelos. Há poucos meses abriu o Albricoque, que vos apresento aqui hoje com muto gosto.

 

 

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À esq., à guitarra portuguesa, Fernanda Maciel, ao meio, Marta Rosa e à dta, à viola, Cláudia Leal. 

 

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Hoje, Bertílio cultiva esses mesmos valores, bem visíveis na cozinha do seu mais recente restaurante, o Albricoque. Situa-se num lindíssimo e antigo espaço ao lado da estação de comboios de Santa Apolónia, onde já foi uma casa de pasto. Arcos em pedra e tijolo burro, chão em mosaico hidrálico, armários em madeira embutidos. Uma segunda casa de jantar localiza-se num túnel escavado sob a colina onde curiosamente se empoleira o Faz Figura. É aqui que, à quarta-feira, acontecem as noites de fado. Três mulheres, uma à guitarra portuguesa, duas à viola e ao canto. Uma noite com fado e jantar com couvert, entrada, prato de peixe e de carne, sobremesa, bebidas e café por 45 euros. Uma noite muito bem passada com comida mediterrânica deliciosa e genuína pela mão de Bertílio Gomes. Um serviço simpático que não perde o ritmo. Um restaurante a não perder. Eu conto lá voltar muitas vezes.

Aqui fica uma lista dos novos pratos da ementa do Albricoque, todos provados e apreciados.

 

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Azeite do Algarve com flor de sal, tomilho, uvas e laranja e pão de trigo da Gleba

 

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Rissol de berbigão

 

 

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Salada de muitas variedades de tomate bio de sol com azeite do Algarve e manjericão-roxo

 

 

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Muxama com picadinho de tomate

 

 

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Tártaro de carapau com amêndoas envolvido em folha de shiso

 

 

 

 

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Cavala com salada de batata, limão em salmoura e pimentos e cebola desidratados, acompanhada de arjamolho (pão, vinagre, tomate, alho e sal)

 

 

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Abrótea frita com tomatada

 

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Galinha cerejada com legumes

 

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Gelado de meloa com presunto, passas bêbedas e frutos vermelhos