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Conversas à Mesa

PAULO MATIAS NO OESTE

As praias da região Oeste não são para todos. O clima condiciona uma vida social própria pata os veraneantes. As águas são frias e o sol só costuma abrir lá mais para a tarde, quando os habitués chegam ao areal após uma noite gasta em actividades lúdicas que levam ao levantar a desoras. Santa Cruz é um bom exemplo desses hábitos estivais. A gente da região que lá passa férias tem uma fidelidade ajuramentada a esta praia e quem aqui se habituou a passar férias não a troca por nenhuma outra.

É justamente na praia santa-crucense da Física que fica situado o hotel Noah Surf House, cujo restaurante é chefiado pelo Paulo Matias. Sou fiel ao Paulo Matias, como os naturais do Oeste são fiéis a Santa Cruz. Onde quer que ele vá eu vou, porque gosto muito do que sai das suas mãos e do modo como se posiciona na profissão. A sua primeira preocupação é adaptar-se ao local onde está sempre em diálogo esclarecido e escorreito com os restauradores.

Depois do trabalho incrível que fez no Porto de Santa Maria (Cascais), onde conseguiu pôr a cozinha a funcionar com um rigor que raramente encontrei, Paulo Matias foi convidado para dirigir os restaurantes do grupo do Noah (o do Noah Surf House, e o irmão mais velho, o Noah Beach House, mesmo em cima da areia da mesma praia) e o Areias do Seixo.

Fui provar a ementa do Noah do Surf House, que Paulo Matias concebeu para um hotel de surfistas com bom poder de compra e que fazem férias em família. A maioria dos pratos é concebido para partilhar, mas num conceito diferente do já batido petisco. A inspiração é mediterrânica, sobretudo pelos produtos utilizados. Ainda que grande parte dos pratos não sejam tradicionais portugueses, enquadram-se na nossa matriz de sabores: muitos legumes (tomate, beringela) e ervas da horta do hotel, peixe e outros frutos do mar, pão (demasiado presente nos pratos, quando podia estar sempre na mesa sob diversas formas).

Os sabores são limpos, tudo sabe ao que deve saber. Os pratos são leves mas saciantes. No fim da refeição, apetece marcar logo o dia para empreender a viagem de volta ao Noah.

A este desejo não será estranho o espaço do restaurante, que faz um irresistível pack com a comida. Debruçado sobre a praia, num primeiro andar, atrai-nos a piscina cinzenta do cimento, a fundir-se com o cinzento da praia, o sol ainda por descobrir. Espalhadas pelo enorme terraço, as imensas espreguiçadeiras obrigam-nos a pensar em lazer e a sentirmo-nos de férias. Não sendo um restaurante de areia, é extremamente informal, mas mantendo o conforto. Abundam as madeiras de cores suaves e alguns detalhes decorativos que não deixam memória porque se fundem no pano de fundo. Abunda também o espaço, que se prolonga para o terraço, que se prolonga para o mar. Chegamos para almoçar em ritmo lento e temos dificuldade em partir, o sol entretanto abriu e até nos apetece  vir cá para fora e ficar para o jantar.

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As praias da região Oeste não são para todos. O clima condiciona uma vida social própria pata os veraneantes. As águas são frias e o sol só costuma abrir lá mais para a tarde, quando os habitués chegam ao areal após uma noite gasta em actividades lúdicas que levam ao levantar a desoras. Santa Cruz é um bom exemplo desses hábitos estivais. A gente da região que lá passa férias tem uma fidelidade ajuramentada a esta praia e quem aqui se habituou a passar férias não a troca por nenhuma outra.

É justamente na praia santa-crucense da Física que fica situado o hotel Noah Surf House, cujo restaurante é chefiado pelo Paulo Matias. Sou fiel ao Paulo Matias, como os naturais do Oeste são fiéis a Santa Cruz. Onde quer que ele vá eu vou, porque gosto muito do que sai das suas mãos e do modo como se posiciona na profissão. A sua primeira preocupação é adaptar-se ao local onde está sempre em diálogo esclarecido e escorreito com os restauradores.

Depois do trabalho incrível que fez no Porto de Santa Maria (Cascais), onde conseguiu pôr a cozinha a funcionar com um rigor que raramente encontrei, Paulo Matias foi convidado para dirigir os restaurantes do grupo do Noah (o do Noah Surf House, e o irmão mais velho, o Noah Beach House, mesmo em cima da areia da mesma praia) e o Areias do Seixo.

Fui provar a ementa do Noah do Surf House, que Paulo Matias concebeu para um hotel de surfistas com bom poder de compra e que fazem férias em família. A maioria dos pratos é concebido para partilhar, mas num conceito diferente do já batido petisco. A inspiração é mediterrânica, sobretudo pelos produtos utilizados. Ainda que grande parte dos pratos não sejam tradicionais portugueses, enquadram-se na nossa matriz de sabores: muitos legumes (tomate, beringela) e ervas da horta do hotel, peixe e outros frutos do mar, pão (demasiado presente nos pratos, quando podia estar sempre na mesa sob diversas formas).

Os sabores são limpos, tudo sabe ao que deve saber. Os pratos são leves mas saciantes. No fim da refeição, apetece marcar logo o dia para empreender a viagem de volta ao Noah. Quatro escolhas da ecção para partilhar custam 33,50 euros, um bom preço para a qualidade e a qauntidade de cada um. com a refeição bebeu-se um Gaeiras branco (14, 10 euros).

A este desejo não será estranho o espaço do restaurante, que faz um irresistível pack com a comida. Debruçado sobre a praia, num primeiro andar, atrai-nos a piscina cinzenta do cimento, a fundir-se com o cinzento da praia, o sol ainda por descobrir. Espalhadas pelo enorme terraço, as imensas espreguiçadeiras obrigam-nos a pensar em lazer e a sentirmo-nos de férias. Não sendo um restaurante de areia, é extremamente informal, mas mantendo o conforto. Abundam as madeiras de cores suaves e alguns detalhes decorativos que não deixam memória porque se fundem no pano de fundo. Abunda também o espaço, que se prolonga para o terraço, que se prolonga para o mar. Chegamos para almoçar em ritmo lento e temos dificuldade em partir, o sol entretanto abriu e até nos apetece  vir cá para fora e ficar para o jantar.

Noah Surf House

tel: +351 261 936 366

 

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A sopa de peixe: bom peixe branco, tomate soalheiro, textura perfeita e sabores suaves

 

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Focaccia de tomate, manjericão e azeitona com presunto pata negra com 40 meses de cura

 

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Shime shaba de sardinha (marinada em limão e lima e sementes de coentro), beringela fumada e xarope de romã. Shime shaba é uma preparação japonesa de peixes gordos, como a cavala ou a sardinha, que se inicia com uma marinada em vinagre. 

 

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Tártaro de atum com torricado

 

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Chips de garoupa com maionese de malagueta 

 

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Tarte de limão merengada. A sobremesa foi fraquinha, com a tarte de limão com textura gordurosa. Todas as sobremesas são provenientes da pastelaria Império e nenhuma me apreceu apelativa. Seria interessante que fossem introduzidas novas sobremesas do restaurante, que fizessem jus ao resto da refeição.

 

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A FRESCURA DO CHEESECAKE DE LIMÃO

 

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Apesar de o tempo não estar quente, apetecem-nos coisas frescas, sobremesas com alguma acidez que na boca identificamos como frescura. Os citrinos possuem essa agradável e deliciosa frescura que, aliada à cremosidade do queijo-creme e do requeijão, eleva este bolo fácil e rápido de fazer a sobremesa elegante. A adição das natas batidas dispostas através do saco de pasteleiro tornam mais requintado este cheesecake feito no forno, à moda de Nova Iorque. eu usei uma forma em loiça, não sendo preciso desenformar o  cheesecake. porém, se preferir, use uma forma de mola e desenforme (retire a parte de baixo) para um prato de pé alto. 

Em vez de limão, pode usar lima. De preferência, compre limões não encerados quando vai sar.a raspa, ou opte por limões biológicos.

 

Base

1 pacote de bolachas de aveia

100 g de manteiga mole

1 pitada de sal

 

Costumo triturar a bolacha na Bimby e juntar a manteiga e o sal. Fica rapidamente pronto. Forrar só a base e untar os lados de uma forma de fundo amovível ou o fundo e os lados.

 

Recheio

1 caixa de queijo creme Philadelphia normal

1 requeijão de Seia ou de Serpa, ou outro em não havendo

1 lata de leite condensado

 

4 ovos grandes

raspa e sumo de 2 limões médios

1 colher de sobremesa de maisena

1 pacote de natas

 

Decoração

1 pacote de natas frescas

Raspa de 1 limão

 

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Antes da decoração

 

Pré-aquecer o forno a 160ºC.

Bater o queijo creme na batedora e juntar o requeijão passado numa peneira, ou bem esfarelado com as mãos.

Adicionar o leite condensado e os ovos inteiros um a um. Juntar o sumo e a raspa de limão.

Desfazer a maisena num pouco de natas e misturar um pouco mais. Deitar na batedora com o resto das natas.

A mistura fica bastante líquida. É mesmo assim. Deitar na base de bolacha e levar ao forno aquecido durante cerca de 40 minutos. Espetar um palito no centro e ver se sai seco.

Nota: a maseina serve para evitar que o cheesecake abra as características rachas na superfície. Se não tiver maisena, use farinha de trigo.

Decoração

Quando a tarte tiver arrefecido, bata as natas até ficarem bem firmes e junte metade da raspa de 1 limão. deite num saco de pasteleiro e enfeite a tarte a seu gosto. Remate com o resto da raspa de limão. S não tiver um saco de pasteleiro, ou não lhe apetecer usá-lo, espalhe as natas às colheradas ou com uma espátula.

 

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O PEIXE TODO MAIS O TALENTO DE PAULO MORAIS

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O enxaréu

 

O Tsukiji, o novo restaurante de Paulo Morais, tem um conceito inovador e muito interessante. Além de uma carta versátil, tem o peixe dos 5 momentos, a não perder logo da primeira vez que lá for, e eu aconselho-o a não perder. Caro leitor, faça-se acompanhar de uma ou duas pessoas de quem goste muito e, quando chegar ao Tsukiji, dirija-se de imediato à montra do peixe, pegada ao balcão, e escolha o seu peixe favorito, com tamanho adequado. Alguém o irá aconselhar. Eu fiquei com o enxaréu, um peixe que se pesca muito nos Açores, mas havia muitos rivais, como o peixe porco, o robalo, a dourada ou o rascasso. Paulo Morais insiste que eles sejam mortos e sangrados por método ije kime, usado no Japão para melhorar textura e sabor. Depois sente-se à mesa e rapidamente vão começar a trazer-lhe o peixe escolhido transformado de 5 modos diferentes que implicam a utilização integral do bicho, uma verdadeira homenagem a um dos poucos seres selvagens que ainda chegam à nossa mesa.. E quando digo integral é mesmo integral: cabeça, vísceras, carne, pele, escamas. Tudo menos as espinhas Paulo Morais consegue fazê-lo com uma versatilidade imensa: tão depressa viajamos ao Oriente como estamos na nossa costa, sempre com mão segura, bom senso e bom gosto. O primeiro prato, o aperitivo, consistia em escamas e pele do peixe desidratadas (obviamente, não do nosso peixe, que servirá para outro cliente daqui a uns dias). Coisas crocantes para aguçar o nosso palato através do ouvido.

 

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Pão de cerveja, pão branco e focaccia, com maneigas de alga nori e de ovas curadas

 

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Pele e escamas desidratadas

 

No segundo momento o encharéu foi decomposto em sushi (maki e niguiri, o arroz sempre na quantidade certa nas duas versões de sushi) e sashimi. A travessa continha ainda uma tigela de ceviche, bem temperado de malagueta e com a acidez certa).

 

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Sashimi, maki, niguiri e ceviche

 

O terceiro momento foi o meu favorito, um dos pratos de peixe que me soube melhor em toda a minha vida: a cabeça do peixe flutua num caldo de miso (soja fermentada) temperado com várias especiarias, ingrediente que hoje parece esquecido e preterido pelas ervas aromáticas. Transportei a mina parte da cabeça do peixe, que não era demasiado grande, para um prato e deliciei-me com ela na íntegra, aproveitando todos aqueles pedaços de carne que se escondem por entre as cartilagens e os ossos, num trabalho cirúrgico e compensador. A acompanhar, uns cornetos recheados com uma pasta das vísceras do peixe (sobretudo fígado), com uma leve sabor a garum. Depois, aconcheguei tudo com o caldinho com um leve sabor a cravinho e consolei corpo e alma.

 

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No quarto momento, o lombo do encharéu foi cozinhado como o nosso peixe grelhado, mas feito no robatayaki (conhecido pela abreviatura robata), em que os alimentos são cozinhado sobre brasa de carvão. de uma suculência notável. A acompanhar, legumes salteados, cujos sabores lembravam o nosso peixe assado.

 

 

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O quinto momento é uma espécie de bónus: a sobremesa. Provei característica pavlova do Paulo Morais, uma tapioca de coco e uma composição em redor do pêssego, com um óptimo gelado do mesmo.

 

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O preço desta refeição é função do tipo de peixe escolhido, que tem um valor por quilo, ao qual acrescem 10 euros por pessoa para a confecção. Com o enxaréu e uma garrafa de vinho branco Adega Mãe Viosinho e água fica em cerca de 57 euros por cabeça.

 

Da Carta constam vários conceitos de peixe, nomeadamente uma homenagem aos anime, em que cada tipo de maki recebe um nome de uma banda desenhada de culto. Há ainda a destacar o almoço executivo por 25 euros.

Não deixe de passar pelo bar, onde alem de centena e meia de referências de vinho, há ainda inúmeros saké para experimentar antes ou a acompanhar a refeição. Aventure-se e peça vários saké para acompanhar os cinco momentos. Se for sozinho, sente-se ao balcão a observar o trabalho dos sushimen.

 

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O bar de vinhos e saké

 

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A decoração, a cargo do Tago Patrício Rodrigues, da Pura Cal é muito confortável, com um lindíssimo chão em quadrados de pedra com cores quentes e umas levíssimas tapeçarias em macramé. Gostei muito, como se vê pelo níumero de fotos do espaço que publico!!

O serviço é simpático e informal.

 

 

 

 

 

TSUKIJI

Rua dos Jerónimos 12

1400-211 Lisboa

Tel: 963 209 315

Aberto todos os dias