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Conversas à Mesa

B2, TAKEAWAY NA BELOURA

 

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Continuando na senda dos takeaways, apresento-vos o B2, na Quinta da Beloura II. Tem sido o meu restaurante de bairro, onde vou jantar ou almoçar com a família. O espaço é grande, mas confortável, a lista tem o tamanho ideal, com os precisos – bacalhau, polvp, carnes, óptimos petiscos. As doses são muito generosas, sendo geralmente suficientes para duas pessoas que não estejam esfaimadas. O pessoal é super simpático. E, sobretudo, há uma constância da qualidade.

Em takeaway, podemos ir buscar directamente ao postigo ou pedir entrega através de Uber Eats ou Glovo. Todos os dias há um prato do dia com exactamente a mesma quantidade de comida, mas um preço muito convidativo.

Por exemplo, ao domingo há um cozido à portuguesa por 13 euros suficiente para 2 pessoas que comam bem. A qualidade dos legumes e das carnes é muito boa, a dos enchidos menos desejável, mas o conjunto é muito agradável. Até têm caldo suficiente para uma sopa pré ou pós cozido. Por 13 euros têm também direito a 4 fatias de duas qualidades de pão e uma taça de azeitonas e tremoços temperados.

Outro prato a pedir é o polvo com broa, grelos, cebola roxa adocidada e batatinhas assadas. Quando não é prato do dia por 14 euros, ganham também, pão, azeitonas e tremoços, e uma sobremesa, como este tiramisu. Quando encomendo o polvo, dá-me sempre para duas refeições.

Febras fininhas e bem grelhadas com batatas fritas (pedir sempre bem fritas) é outra opção.

As carnes são todas de boa qualidade.

O B2 é uma óptima opção para comida familiar, boa qualidade, doses generosas.

 

 

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O caldo do cozido

 

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Polvo no forno

 

 

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Tiramisu

 

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Febras com batatas fritas e salada

 

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Tarte de requeijão com compota de abóbora

 

 

PICLES RÁPIDOS

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Fazer picles é simples e reconfortante. Qualquer legume pode ser piclezado, mas atenção que deve estar o mais fresco possível. Não há regras, apenas que os legumes devem ser cortados em pedaços o mais iguais possível. Esta receita que aqui vos deixo é uma adaptação da Martha Stewart, que lhes chama picles de frigorífico, porque não têm um período de conservação muito longo e devem ser guardados no frigorífico. A vantagem é que não têm um sabor demasiado avinagrado e podem ser usados como acompanhamento de um prato, simplesmente enquanto legumes. Podemos usar só um tipo de legume, ou combinar vários, como pepinos, couve-flor e cenoura.

Não convém usar os pepinos normais, porque são encerados e têm sementes mais pequenas e sabor menos pungente e mais adocicado. Os melhores são os pepinos ingleses, conhecidos cá como holandeses porque são importados da Holanda. Como não são encerados e têm casca muito fina, costumam vir embrulhados em película plástica.

  • 1 couve-flor pequena, cortada em raminhos pequenos
  • 2 pepinos ingleses (com sementes pequenas), cortados em rodelas com cerca de 0,5 cm de grossura
  • 5 cenouras médias, cortadas em tirinhas ou rodelas
  • 750 ml de vinagre de vinho branco ou de cidra
  • 300 g de açúcar
  • 2 colheres de chá de sal grosso
  • 2 a 4 malaguetas vermelhas (frescas ou secas)
  • 1 folha de louro
  • 1/2 colher de chá de sementes de coentro
  • ¼ de colher de chá de açafrão em pó
  • 1 molhinho de endro
  • 1 couve-flor pequena, cortada em raminhos pequenos
  • 2 pepinos ingleses (com sementes pequenas), cortados em rodelas com cerca de 0,5 cm de grossura
  • 5 cenouras médias, cortadas em tirinhas ou rodelas

 

  • Lave e seque muito bem dois frascos grandes com cerca de 1 l de capacidade, ou vários mais pequenos.
  • Num tacho, misture todos os ingredientes, menos os legumes. Deixe levantar fervura, mexendo para dissolver o açúcar.
  • Coloque os legumes nos frascos vazios, arrumando-os a seu gosto. Entre cada camada de legumes, coloque uns raminhos de endro.
  • Deite a mistura do vinagre ainda quente sobre os legumes e feche os frascos. Leve ao frigorífico durante 2 ou 3 dias antes de os consumir. Os picles devem conservar-se sempre no frigorífico.

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BONS SABORES A BONS PREÇOS

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Não é fácil fazer uma oferta em takeaway como a do restaurante Onofre, na Quinta da Bicuda, em Cascais: cozinha de matriz portuguesa cheia de sabor, com bons produtos, doses muito generosas, e a preços extremamente agradáveis. Se vive em Cascais, ou perto, siga o meu conselho e não deixe de experimentar.

Já encomendei vários pratos no Onofre e sempre me trouxeram conforto e alegria.

Para dias em que se quer mais leveza, a salada de queijo chèvre e compota de alperce com boas alfaces é uma refeição completa e que satisfaz. A espetada de lombo de vaca com milhos à moda da Madeira, tem uma óptima carne e os milhos aguentam-se. O prato chega quente a casa, mas pode ser aquecido no forno sem perder.

Do lado mais robusto, a não perder o rabo de boi com grão. A carne estava bem cozinhada, a desfiar, os temperos magníficos. Também muito confortável, a massada de garoupa e camarão, sendo de destacar a boa qualidade e a frescura do peixe. o cabrito assado com batatinhas com um excelente caprino, sempre boa opção para aquecer no forno. veja na foto de capa, a quantidade de uma só dose. Como acompanhamento ou por si, as batatas bravas são uma boa opção. Os preços destes pratos principais rondam os 8 a 9 euros. Admirado? Também eu fiquei. É difícil encontrar tão boa qualidade a estes preços.

Além da ementa fixa que inclui carnes maturadas, há sempre um prato do dia.

O Onofre pouco tempo esteve aberto por razões pandémicas. Abriu em Janeiro deste ano, mas rapidamente fechou, tendo ficado a trabalhar apenas em regime de takeaway. À frente da cozinha, está um jovem chef com muita mão no tempero: André Oliveira estudou na Escola de Hotelaria e Turismo da Guarda, tendo trabalhado, entre outros, no hotel Vintage Douro e no Bairro do Avillez.

 

Telefone para encomendar: 91 039 3391

Fazem entregas na Bicuda, Quinta da Marinha, Areia.

 

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Rabo de boi com grão-de-bico

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Lombo de vaca com milhos (à moda da Madeira)

 

 

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Batatas bravas

 

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Massada de garoupa e camarão

 

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Salada de chèvre 

 

 

 

 

 

 

PÃO DE BARBELA, SCONES E BRIOCHE

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Finalmente, começamos a ter pão de grande qualidade. Recuperam-se as variedades património, como o trigo barbela, as moagens artesanais com temperaturas mais frias que permitem conservar mais nutrientes e mais sabor e as levedações mais lentas, sem fermentos químicos. Para já, estão na moda os surdough, pães de leveduras naturais que facilitam a decomposição do glúten e possuem um agradável sabor ácido. O mais famoso dos surdough e o de S. Francisco, na Califórnia, que, devido as leveduras naturais do ar e ao elevado tempo de fermentação ganha um sabor intensamente Sour (ácido). 

Esta semana tinha em casa dois surdough de trigo barbela, um da padaria Gleba e outro da The Millstone, a recente aventura do chef David Jesus e da Sandra Freitas (os dois cozinheiros do Belcanto). O primeiro é bastante mais ácido que o segundo. O da Gleba costuma vir queimado de mais para o meu gosto (Ver https://conversasamesa.blogs.sapo.pt/nao-deixem-queimar-o-meu-pao-176461) porque não gosto de pão queimado), o segundo veio como eu gosto, apenas com as bordas dos cortes mais escuras. A textura do primeiro é menos densa e mais esburacada, o segundo tem textura um pouco mais fechada, mais densa, que prefiro e que é característica do surdough. Cada um deles tem uma utilização ideal.

Experimentei ainda o brioche do The Millstone Surdough, com lindíssima cor, o grau de doçura ideal e óptimos sabor e textura. Adoro brioche, quer no seu uso mais clássico, com o foie gras, quer nas rabanadas e nas french toast ( a receita está no blog em https://conversasamesa.blogs.sapo.pt/as-french-toast-105678). Estas french toast não levam açúcar nenhum, por isso são ideais para combinar com doces ou salgados. Com o brioche da The Millstone, ficaram perfeitas.  Servia-as com manga e calda de ácer (atenção, a verdadeira calda ácer, por exemplo a canadiana, não tem nada a ver com os produtos industriais que por aí se vendem). Fizeram-me viajar até aos EUA, nesta época em que temos de viajar em casa.

 

 

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O brioche. Também podemos fazer as nossas rabanadas com este brioche. Ficam maravilhosas.

 

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As french toast com calda de ácer (maple syrup) e manga

 

O que eu gostava imenso era de ver os nossos padeiros a melhoram certos tipos de pão caracteristicamente nossos, como o pão alentejano, e sobretudo os pequenos pães. Nós portugueses gostamos imenso de pães pequenos para fazer sanduíches e fugimos daqueles pães de forma industriais que duram anos em casa. O pão de forma fatiado foi uma invenção americana nos fins da década de 20 que acompanhou a emancipação da mulher, com a intenção de lhe retirar o trabalho de fatiar o pão. Foi considerado uma maravilha porque as fatias eram todas exactamente iguais. Fazem-nos falta bons pães pequenos, para as bifanas, os pregos e outras sanduíches de queijo ou de presunto. Com um bom pão, as nossas sanduíches, de recheio sempre singelo, conseguem tornar-se muito saborosas sem termos de recorrer às grandes quantidades de gorduras e molhos que caracterizam as americanas e as brasileiras. Senhores padeiros, venham os bons pães pequenos.

Entretanto, eu continuo a deliciar-me com o pão e o brioche da The Millstone Surdough. E, já me esquecia, com uns fantásticos scones que podem comprar-se cozidos ou congelados.

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O surdough de trigo barbela.

 

 

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Scone com doce de tomate. 

 

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