ESCAPADA EM PONTE DE SOR: DORMIR
ano, as férias da maioria dos portugueses vão ser no interior. Aqueles que podem fazer férias e não estão sem trabalho. Penso que muitos irão fazer um período no Algarve e outro no interior. O Alto Alentejo é uma óptima opção. Os concelhos em redor de Ponte de Sor, como Alter do Chão, Gavião, Fronteira, Mora, Avis, são ideais para fazer turismo de natureza e percursos pedestres com paisagens deslumbrantes. No fim do post deixo-vos um passeio imperdível nas margens do Tejo, no concelho de Gavião, mas Ponte de Sor, por exemplo, tem passeios maravilhosos em torno das ribeiras.
Por estas bandas, já é possível encontrar alojamentos interessantes com alguma facilidade (reservando com antecedência, porque os turismos rurais têm sempre poucos quartos). Deixo-vos aqui o caso do turismo rural Monte de Portugal, onde meia dúzia de casinhas tipicamente alentejanas em comboio deram origem a meia dúzia de quartos com temas diferentes, desde o sobreiro a África, passando pela perdiz, a estrebaria e o celeiro. A decoração está muito criativa, no género dos quartos exteriores do hotel Torre de Palma. Têm uma sala luminosa para pequenos-almoços. Para entretém, há cavalos lusitanos e produtos feitos localmente, como o azeite e a pasta de azeitona. Pode fazer uma prova de azeite e ficar a conhecer as diversas variedades.
E pode ficar a conhecer o cão mais simpático que já vi, o Avis, que faz as delícias de todos os hóspedes.
A Marta, a proprietária, é de uma simpatia extrema e está sempre disponível para mostrar a herdade, que se perde de vista. Ela e o marido habitam na herdade, numa casa mesmo em frente ao resto dos alojamentos.
Para chegar Ao Monte vai ter de percorrer uns 4 km de estrada de terra batida, mas em muito bom estado, não se assuste.
À DESCOBERTA DA RIBEIRA DE SOR, SEGUINDO O PERCURSO ALENTEJO FEEL NATURE
A Ribeira de Sor é lugar de moinhos e moleiros desde o séc. XIII, como atesta a carta régia de D. Afonso III, de 13 de julho de 1256, referenciando os moinhos do seu Chanceler Estêvão Anes, "molendinos quos habetis in Ripa de Soor". As Memórias Paroquiais de 1758 mencionam mais de uma dezena moinhos de rodízio na região. O percurso da Ribeira de Sor inserido na rede de percursos pedestres ALENTEJO FEEL NATURE – PR1 PSR, leva a três deles, situados entre Ponte de Sor e Tramaga, todos datados de, pelo menos, meados do século XIX: o Moinho da Sobreira, onde George Robinson se banhava em férias; o Moinho da Pontinha, o mais imponente dos três, e o Moinho Novo, que permite a travessia de margem numa admirável zona de pesca à cana. O percurso completo, apesar de fácil, pode demorar cerca de 4 horas.
Saindo da Zona Ribeirinha da cidade de Ponte de Sor, siga em direção à ponte pedonal sobre a ribeira, e atravesse para a margem esquerda. A partir daí, continue até à ribeira de Vale do Bispo subindo, pela paisagem vestida de sobreiros, em direção à aldeia de Ervideira. Percorrida a aldeia, caminhe novamente até às margens da ribeira de Sor e a partir daí vai começar a encontrar os famosos Moinhos de Água da Tramaga, que em tempos transformavam o grão de cereal em farinha para o pão.
O caminho faz-se bem e calmamente, ao som da natureza, uma mistura dos sons da água com o cantar das aves que por aí habitam: a cegonha-branca, o peneireiro-cinzento, o milhafre-preto, a águia-calçada e o abelharuco. Continue o percurso, regressando à ponte sobre a ribeira de Sor, que deve atravessar. Desça até ao bonito Parque da Marginal e, continuando à beira-rio, passe pelas diversas estruturas de lazer aí existentes. O final do percurso é o mesmo ponto onde o iniciou.