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Conversas à Mesa

DOCINHOS DE NATAL DO PAI NATAL DA PRAIA

 

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Mais uma vez Boas Festas a todos os que têm a bondade de me seguir aqui no blog e no Instagram. Um Feliz Natal com mesa farta partilhada com família e amigos é o que vos desejo.

Aqui ficam mais uns docinhos de Natal para enfeitar a mesa. Fazem-se em 3 minutos e os ingredientes são apenas 3. As crianças conseguem fazê-los sozinhas e adoram-nos. São os docinhos do Pai Natal da praia, o meu favorito. Depois de ter crescido em Angola com Natais passados na praia e no calor, este Pai Natal tornou-se o meu favorito, com a sua camisa havaiana e os xanatos de dedo. É um Pai Natal que não gosta do calor do forno e que quer tudo muito simples na ceia.

Os chocolates Rolo têm recheio de caramelo e vendem-se por exemplo na Amazon, mas pode usar quaisquer outros bombons de caramelo que sejam pequenos. Os pretzels miniatura vendem-se em pacotes nos supermercados. Eu usei uns com forma de quadrado, mas a receita é feita com os clássicos. Se não tiver nozes pecã pode usar nozes ou até smarties.

 

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Docinhos de noz

 

Pretzels miniatura

Chocolates Rolo ou outros com caramelo

Nozes pecã (ou nozes)

 

Aqueça o forno a 130ºC. Forre um tabuleiro de forno com papel vegetal e espalhe os pretzels. Retire o papel dos Rolo e coloque um bombom centrado sobre o rpetzel. Leve ao forno pré-aquecido durante 3 minutos. Os bombons ainda mantêm a forma. Fora do forno faça pressão com uma noz sobre o bombom, que vai colapsar. E está  feito.

Espero que experimentem e gostem desta minha sugestão. Fiquem em paz e relativizem.

 

 

 

 

 

 

 

BOLACHAS E DOCINHOS DE NATAL

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Boas Festas a todos os que têm a bondade de me seguir aqui no blog e no Instagram. Um Feliz Natal com mesa farta partilhada com família e amigos é o que vos desejo.

Aqui ficam uma série de bolachas e docinhos de Natal para enfeitar a mesa. Uns são mais complicados e morosos, como as broas de espécie, ideais para fazer em família, com distribuição de tarefas. Na minha opinião, tudo o que se faz no Natal é para fazer em família. Não devemos transformar as Festas numa loucura de tarefas que só dão trabalho, mas sim aproveitar a cozinha para cimentar laços e transmitir aprendizagens, reunindo todas as gerações num só espaço de ternura e divertimento. Não sou fã das ceias em que as pessoas só aparecem para se sentarem à mesa e abrirem presentes. O Natal é para partilhar. Daí que as minhas propostas sejam de vários graus de dificuldade. O mais difícil são as broas, mas se fizer só uma receita vai ver que será rápido. A maior dificuldade técnica é o ponto de açúcar, mas com um termómetro, essa dificuldade é zero. O mais aborrecido é descascar as batatas-doces ainda em quente, mas com umas luvas o calor aguenta-se. Ficam melhores se forem bem cozidas, com uma cor bem castanha.

A receita está no blog aqui.

Quando se fazem as broas tudo se aproveita: as cascas das batatas-doces fazem as delícias das galinhas e as cascas dos ovos trituradas servem para enriquecer as terras. 

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Cascas para as galinhas, que as adoram.

 

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 Cascas de ovos para enriquecer a terra com cálcio, magnésio e potássio.

 

As bolachas de manteiga são muito fáceis de fazer. E o sabor é incrível, a manteiga é mágica. O segredo está em não estender a massa muito fina. As bolachas devem ter uns 4 a 5 mm de espessura. O meu conselho é que não escolha formas muito grandes, é preferível fazer bolachas mais pequenas, nem com formas muito caprichosas. Cuidado extremo no forno: olha-se, estão muito brancas, e logo em seguida estão demasiado castanhas, para não dizer queimadas. Não saia de perto do forno e vigie constantemente a partir dos sete minutos. Eu ponho um despertador no meu telemóvel de 2 em 2 minutos. Às vezes é preciso virar o tabuleiro, para cozerem de modo uniforme. A receita está no seguinte link do blog - https://conversasamesa.blogs.sapo.pt/as-melhores-bolachas-de-manteiga-174172

 

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Para terminar, as meias-luas de nozes pecã. Aqui vai a receita. em vez de nozes-pecãs (valem muito a pena porque dão o puro sabor a frutos secos, sem interferências. A quantidade é pequena, pelo que não irão ficar muito caros. 

2 colheres de sopa de açúcar

120 g de manteiga

120 g de farinha

1 pitada de sal fino

1 colher de chá de extrato de baunilha (opcional)

65 g de nozes-pecãs, finamente picadas

Açúcar de confeiteiro (icing sugar) q.b.

 

  1. Aqueça o forno a 180ºC.
  2. Bata a manteiga à temperatura ambiente com o açúcar. Junte o resto dos ingredientes.
  3. Dê a forma de meias-luas (faça um rolinho e dobre as pontas) ou de bolinhas. Forre um tabuleiro com papel vegetal e disponha os biscoitos deixando algum intervalo para crescerem. Leve durante 15 minutos ao forno.
  4. Retire do forno e deixe os biscoitos arrefecerem durante 3 minutos no tabuleiro. Coloque o açúcar de confeiteiro num recipiente pouco fundo. Passe os biscoitos generosamente no açúcar, porque os biscoitos levam pouco açúcar na massa. Guarde numa lata depois de frios. Aguentam-se durante duas ou três semanas.

 

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Espero que experimentem e gostem das minhas sugestões. Fiquem em paz e relativizem.

 

 

 

 

 

 

 

O BOLO-REI

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No Natal, gosto mais das sobras, reconstruídas. Sabe-me melhor a roupa-velha do que o bacalhau com couves da ceia, e só gosto do bolo-rei em fatias torradas e amanteigadas. Não sou grande fã do bolo-rei. Durante alguns anos, fazia-o em casa, mas nem por isso me conquistava. Porém, sou incapaz de passar o Natal sem ter um, acho as cores das frutas cristalizadas lindas e acho que enfeita muito bem a mesa. As frutas são supostas simbolizar as pedras preciosas da coroa.

Lembrei-me de escrever sobre este ícone natalino transversal a todo o país depois de ontem ter sido convidada pela France Press para falar sobre o bolo-rei para um programa de televisão.

Em primeiro lugar, tenho pena que a massa do bolo não seja mais amanteigada e menos seca, mais tipo brioche, que está na sua origem. O uso da margarina e dos químicos da conservação tornam-lhe a massa seca. E que as frutas cristalizadas não sejam de melhor qualidade. Foi trazido no fim da década de 1860 para Portugal por um pasteleiro francês, o Grégoire, que trabalhava para a Confeitaria Nacional, inspirado certamente pela Couronne des Rois, da Provença, feita com massa de brioche e frutas cristalizadas. Foi um sucesso, depressa copiado pelas outras pastelarias.

Em todo o mundo, em inúmeros países (México e Espanha, Roscon de los Reyes,Nova Orleães, King Cake), há um bolo deste género que parece ter origem na Idade Média, época em que a fruta cristalizada era uma arte muito apreciada nas mesas mais finas. Esse bolo terá sido um branqueamento de tradições pagãs, que fazia daquele que achava a fava ou a prenda (conforme a tradição local) o rei, numa inversão simbólica. É este papel simbólico que dava o valor ao nosso bolo-rei, valor esse que se perdeu com a lei de 1990 que proibiu a fava e a prenda. Embora uma nova lei de 2001 estes tenham sido novamente permitidos desde que não constituam risco para a saúde pública, os pasteleiros nunca as reintegraram. É uma pena, porque eram estas duas adições ao bolo que lhe davam verdadeiramente valor. Para os Romanos, a fava era uma superalimento carregado de valor simbólico. Os mais velhos lembram-se bem da emoção e da batota que fazia que a fava e a prenda. Aqui fica o meu apelo para recuperarem a prenda e a fava, usem a vossa criatividade senhores pasteleiros por favor. E se puderem melhorar a qualidade da massa... Acho que seria bem mais importante do que a quantidade de novos bolos-reis - de castanha, de chocolate, sem frutas, rainha, escangalhado - que proliferam por aí.

Fica ainda um conselho: o melhor bolo-rei nunca é o do Natal nem dos Reis, alturas em que o grande consumo leva geralmente à redução do tempo de levedação (já de si encurtado pelo recurso a vários químicos). Para quem aprecia, é preferível consumi-lo antes destas festas.

A todos os que fazem favor de me ler, os meus votos de Boas Festas com um abraço igualmente festivo.

 

O BBQ EXPERIÊNCIA OU O YO MAMMA'S 2

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à vossa estimável companhia, para falarmos das carnes do BBQ smoker do Yo Mammas. Em primeiro lugar, não há cá pratos nem pratinhos, garfos, nem garfinhos. Há sim uma embalagem de styrofoam e um rolo de cozinha de papel.

Três tipos de carne, brisket (o peito), salsicha e ribs (costelas de porco). O que eu verdadeiramente gostei foi das ribs, a separarem-se do osso na perfeição e com o tempero certo. Nos acompanhamentos, nunca gostei do feijão americano, muito doce e atomatado, mas adorei a salada de batata, meia desfeita mas ainda com corpo, os picles e as tirinhas finíssimas de cebola-roxa a darem a acidez e a despertarem os sabores.

O brisket não tinha a mesma qualidade do que tinha comido em casa de amigos uns dias antes, mas era óptimo para fazer umas sandes. A acompanhar o barbecue texano há sempre umas fatias daquele hediondo pão de forma, tipo Bimbo, que nós também resolvemos adotar, não faço ideia porquê. A fatia de pão enche-se com carne, dobra-se ao meio e vai-se enfiando a ponta na molhaca.

Pedi ao Chris, o homem responsável, para lhe tirar uma foto ao pé do smoker, pedindo autorização para por a foto dele no blog. Os outros clientes ouviram e quiseram saber qual era o blog e que queriam ler. Acho que se eu disser mal da casa, nunca mais posso voltar ao Texas...

 

Outra parte da narrativa tem a ver com os mollhos: há 3 intensidades, o SISSY (medricas), o GHOST (fantasma) e o REAPER (máquina de ceifar). 

A completar a refeição, há o célebre cobbler de pêssego, feito com pêssegos frescos e pedaços de massa a cobrir, que quando se serve acabam por ficar a boiar no líquido. Era uma graça, com um sabor natural, tão raro de encontrar nas sobremesas do EUA, sempre a saberem a baunilha e a especiarias, e cheias de açúcar por todos os lados. E corantes.

Repito, ao Yo Mamma’s vai-se como aos Michelin, sobretudo pela experiência. Adorei.

 

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