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Conversas à Mesa

COMER EM ESPINHO

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Não conhecia Espinho, so lá tinha passado uma vez de comboio e tinha achado a maior graça porque o comboio atravessava a cidade ao mesmo tempo que se via a praia (o comboio agora atravessa a cidade debaixo de terra). Pois há duas semanas tive lá um evento de Street Food e adorei Espinho. Em primeiro lugar, a praia. Aquela praia do Oeste, mas em esteróides.  Neblina de manga que foi abrindo e uma água completa e enregeladamente fria mesmo para quem pratica o Guincho, que parece Caraíbas. Os bares na areia são a melhor forma de fazer praia. Recomendo o 37 na Praia com vista para as barracas listradas amarelas e brancas que nos lembram as praias inglesas da costa meridional. 

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O 37 na Praia, bar e lazer, vestidos ou despidos e longe da frialdade das águas.

A organização da cidade em ruas e em avenidas com números é interessante, mas não é grande ajuda a quem chega pela primeira vez e ainda não decifrou o código, porque há ruas com o mesmo número das avenidas, há avenidas paralelas e perpétua divulgares a ruas e a outras avenidas.

 

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Os filetes de polvo com arroxz malandro do mesmo da Casa Abreu, ou My Casa.


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a magnifica sopa de peixe da Tasca da Maria e as lulinhas grelhadas


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Depois há a Marginal, a velha e a nova, ambas fantásticas. Estão pontilhadas de restaurantes, em geral bons. Em dois deles entrei por puro acaso e os dois eram bons: o Abel e a Casa Abreu. A Casa da Maria, na Marginal, pela magnifica sopa de peixe, sem farinhas e com guarnição de belíssimo peixe.  Em todo o lado, encontrei pessoal extremamente simpático. Porém, não fui ao ex-libris dos restaurantes: A Cabana, a dita amadeirada e com aspeto maravilhoso no meio de uma relva verde que parecia aparada com a tesoura das unhas. Era o local de encontro das escandaleiras que recentemente afetaram o concelho. Para a próxima talvez. Ficou-me a faltar também, entre outros, o restaurante do parque de Campismo, muito famoso na terra.

 

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A esplanada do Aquário frente ao mar (foto das redes sociais do restaurante)

 

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Na montra do peixe, podemos ver o famoso camarão da costa, neste caso de Espinho.

 

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No balcão, de costas, o proprietário, o Sr. António Brandão 

 

IMG_0891.jpgO medalhão de arouquesa que alimentou com muito garbo duas pessoas.

 

 

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A meia dose de filetes de pescada com salada russa.

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A meia dose de cabrito com batatas de forno e arroz de miúdos caprinos

Mas o rei dos restaurantes de todos os que visitei é indubitavelmente o Aquário. Apresentado como marisqueira, tem aquário de criaturas marinhas a fazer jus ao nome é montras de peixe. As grandes salas, interiores e exteriores, redecoradas de forma a que a decoração passe despercebida, são confortáveis.  A razão do sucesso do Aquário prende-se certamente com a velha máxima “é o olho do dono que engorda o boi”: o proprietário, o Sr. António Brandão, está sempre presente e vigilante, e é de uma grande simpatia. Ex-funcionário do restaurante, acabou por comprá-lo e transformou-o numa instituição, que certamente herdarão os filhos e a neta. O pessoal, além de eficiente, é de uma cortesia cativante. Se adicionarmos a todas estas qualidades uma comida fresca e muito bem confecionada e a preços muito razoáveis, obtemos um restaurante de confiança e grande qualidade. Fui lá dois dias seguidos, uma vez almoçar, outra jantar, e saí de lá sempre muito satisfeita. Gosto da presença dos pratos fixos do dia, como se fazia antigamente, quando as pessoas não gostavam de ser surpreendidas nos restaurantes. O segundo dia ao almoço comemos uns filetes de pescada com salada russa, ambos de grande qualidade. Os filetes com a altura ideal, bem envolvidos na sua capa de polme, daquela que não se solta como se fosse um mero acessório, mas adere com elegância. Tempero a valorizar o peixe e não a disfarçá-lo com sabores aliáceos. A salada russa das melhores que tenho comida pela contenção na maionese e pelo ponto acertado de cozedura de cada um dos legumes. A seguir, o cabrito no forno com batatinha assada e arro de miúdos estava no capricho (nas fotos, meia dose de filetes e meia dose de cabrito). Já ao jantar do primeiro dia optei pela carne. Uma dose de dois medalhões de carne tenríssima e saborosa de Arouquesa (o proprietário é de Arouca e usa esta carne no restaurante), destinados a uma pessoa mas mais que suficientes para duas. Bom esparregado, belíssima batata frita palitada no local.

Não fui feliz com a sobremesa: o pudim francês anunciado na ementa deveria ser um pudim de gemas e calda de açúcar, mas revelou-se um pudim tipo flan com leite condensado. No dia seguinte, não pedi sobremesa.

Famosas são as parrilhadas de marisco e a lagosta bem aparelhada, mas não escolhi nenhum deles. Ficará para a próxima, quando for ao casino ali ao lado e ganhar. Mas para os pratos não de lagosta, os preços do Aquário refletem uma excelente relação qualidade-preço. A repetir sempre que for a Espinho.

 

Restaurante Aquário

Está aberto todos os dias e tem serviço de take away.

Rua 4 nº 540, Espinho, Portugal

Tel: 227321000 / 919013883

Mail: aquariomarisqueiradeespinho@gmail.com