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Conversas à Mesa

A IDEAL DE CABANAS DE TAVIRA

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Já tinha ouvido falar da Ideal, mas quando vou a Cabanas só tenho olhos e barriga para A Noélia, pelo que nunca tinha experimentado outro restaurante na vila. Desta vez, fui a convite de uns amigos que costumam frequentá-lo.

Famosa na Ideal é a sopa de peixe servida num grande pão de cabeça.  Não me fascina esta ideia de servir uma sopa num pão de quilo, comer o caldo e no fim comer bocados dele ensopados. Contudo, existe a mesma sopa em dose individual e em malga, e experimentei. É uma boa sopa de peixe (5 euros), sem engrossamentos farináceos, pedaços de peixe abundantes. De entrada, vieram ainda as conquilhas à Bulhão pato (13 euros), de bom tamanho e sabor a mar, molho adequado. Para principais, jaquinzinhos fritos, que poderiam estar um pouco mais estaladiços e umas belíssimas lulinhas fritas com uma saborosa batata frita.

 

 

 

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Não podiam faltar os filetes de polvo com arroz caldoso de feijão, ambos bons, os filetes saborosos e de boa fritura e o arroz no ponto de caldosidade desejável.

Quanto a preços, são muito semelhantes aos da Noélia, com os 15-17 euros para pratos principais. O preço da restauração subiu um bom bocado este ano, também no Algarve, mas todos sabemos quanto gastamos a mais em cada ida ao supermercado. Escandalosamente mais.

O restaurante é o tipo tascoso de aspecto com duas grandes salas e o típico barulho. Diferente e muito simpático e caloroso, é o serviço. Raramente se encontra esta simpatia.

Tive pena de não ter provado o folhado de D. Rodrigo, famoso neste restaurante.

Mesmo em época baixa, o Ideal está sempre ao barrote, pelo que é imperioso reservar e até com alguma antecedência. Há sempre bicha no exterior.

 

 

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Restaurante Ideal

Rua Infante D. Henrique 15

Cabanas de Tavira

8800-591 Tavira

Tel: 281 370 232

 

 

 

A CONFRARIA DO PEIXE EM DEFESA DO MAR

V Capitulo da Nobre Confraria Gastronom ica do Mel

 

Teve recentemente lugar, na Casa da Baía de Setúbal, o V Capítulo da Confraria do Peixe da qual sou Grã-Chanceler. Esta Confraria foi criada em 2017, com o objectivo de defender a sustentabilidade do nosso peixe, sua preservação e divulgação, assim como das respetivas artes piscatórias. A este propósito, associamos a vertente gastronómica, tentando sempre valorizar o pescado local e as espécies menos conhecidas, que envolvemos em confeções tradicionais e contemporâneas.

No caso de Setúbal, o capítulo teve uma parceria com a Câmara Municipal e o tema não poderia deixar de ser o choco. Para a já habitual palestra nos nossos capítulos, fizemos algumas reuniões preparatórias que incluíram os membros da fileira do choco, nomeadamente associações de pescadores, restauradores, chefs e historiadores. As preocupações centravam-se na escassez do choco pescado localmente e na necessidade de recorrer à importação, na eventualidade de apresentar novas versões tradicionais e modernas deste cefalópode.

V Capitulo da Nobre Confraria Gastronom ica do Mel

A abertura do capítulo esteve a cargo do grão-mestre, António Matos Cristóvão, e ainda do presidente da Câmara Municipal de Setúbal, André Martins. O painel da palestra integrou a ciência, na pessoa do Doutor João Pereira (especialista em cefalópodes do IPMA), a gastronomia, representada por Tiago Emanuel Santos (chef de cozinha), e a restauração local, com Luís Rebelo, proprietário de A Casa do Peixe. A moderação esteve a meu cargo. Foi uma palestra informal e muito viva, com intensa participação da audiência. Foram lançados alguns desafios à restauração setubalense, nomeadamente o repto proposto pelo chef Tiago Santos para que na época de 2024 se aumente sensivelmente o consumo de choco pescado localmente nos restaurantes.

V Capitulo da Nobre Confraria Gastron ómica do Me

 

V Capitulo da Nobre Confraria Gastron ómica do Me

V Capitulo da Nobre Confraria Gastron ómica do Me

V Capitulo da Nobre Confraria Gastron ómica do Me

V Capitulo da Nobre Confraria Gastronom ica do Mel

 

Seguiram-se as eleições e a entronização de novos confrades. Para finalizar, um almoço que também teve lugar na Casa da Baía, cuja estrela não podia deixar de ser o choco. Para começar, uma massada caldosa de choco, preparada pela associação Setúbal Pesca, uma feijoada de choco e um choco em tempura pelo chef formador da EHTS, Mauro Loureiro, e dois doces tradicionais feitos pelas doceiras Maria Francisca e Paula da Segue as Tradições, a torta de laranja de Setúbal e o Pé-de-salsa.

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Quem tiver interesse na defesa do Peixe é bem-vindo nesta confraria que não tem traje por opção. A nossa identificação faz-se com ideais e lutas e não com fardas. Consulte o nosso site em https://www.confrariadopeixe.pt

 

 

 

 

 

PREGOS E BITOQUES

 

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O prego, no prato ou no pão, faz parte da “família da bifalhada portuguesa”, como a chamou José Quitério. Serão os bifes pobretanas, mas não só. Numa altura em que as carnes bovinas estão de qualidade tão baixa (para as comer boas, que as há, é preciso desembolsar uma nota), um bom prego pode ser a melhor opção, dado que a sua parca espessura torna mais indeléveis os seus defeitos. E o que será um bom prego? Para mim, carne sem nervos, que não saiba a carnum, mas que seja acompanhada por um bom molho, sem farináceos detetáveis, um ovo estrelado nos conformes e, sobretudo, uma boa pratada de batatas fritas cortadas finas, bem fritas e sem oleosidades. E o prego no prato da cadeia de restaurantes O Nosso Prego cumpre perfeitamente todos os requisitos. Por 7,5 euros servem-nos um prego no prato com um molho delicioso, belíssima batata frita e um bom ovo estrelado passado no ponto certo.

Há também bitoques, cujo acompanhamento vem em travessa à parte. O bife é o mesmo, mas em quantidade dupla.

As salas de O NOSSO PREGO são sempre luminosas e confortáveis e o pessoal muito simpático. 

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