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Conversas à Mesa

FELIZ NATAL SEM DESPERDÍCIO

 

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Como sempre, desde que comecei este blog há 11 anos, aqui estou para vos desejar Boas Festas, cheias de coisas boas, mas também sem desperdício.

A mensagem que este ano vos quero transmitir, os nossos avós entendiam-na bem quando falavam de sofrer de fartura. A fartura parecia coisa boa até percebermos aquilo que eles já intuíam, que o excesso é sempre prejudicial, sobretudo quando há cada vez mais gente a sofrer do oposto, e essas pessoas não estão num país longínquo, estão no nosso bairro, na nossa rua, na nossa terra.

A ceia excessiva do Ramalho Ortigão, a que desbanca Paris, não se recomenda atualmente. Aquelas ceias que enchem mesas e que vão permanecendo até ao Ano Novo, altura e que tudo acaba por ir parar ao lixo, não se recomendam. A fartura não é ter muito, de mais, mas ter o suficiente. O luxo não é uma mesa ao barrote, mas uma mesa com aquilo de que gostamos, na quantidade suficiente.

 

Gosta de fazer montes de comida, pilhas de sonhos e de rabanadas, grandes travessas de bacalhaus e perus? A menos que venha o primo Bilitrão que joga râguebi e come por uma pá velha, a dose habitual de peru inteiro por pessoa é de 500 g, já uma boa dose que contempla o peso de ossos e cartilagens. Em relação ao bacalhau conte com uma boa posta por pessoa, mesmo que o faça esmigalhado. e lembre-se de que a maioria das comidas pode perfeitamente ser congelada.

Em relação a presentes, o meu conselho é o mesmo. Quantas vezes já fui apanhada na armadilha de arranjar presentes baratos para muitas pessoas, porque não os posso dar caros, e a comprar coisas que acabam por embaraçar as pessoas que os recebem, porque não servem para rigorosamente nada. Atualmente, tenho uma regra: só dou perecíveis, sobretudo comida. Umas broas de espécie (ver a minha receita Aqui), um azeite aromatizado, ervas-aromáticas do meu terraço, um frasco de folhas de erva-príncipe ou um queijo com qualidade, um bom enlatado.

 

Há muito onde exercer controle, mas deixo-vos o caso do papel de embrulho dos presentes. Só na Inglaterra são abatidas 50 000 arvores para fazer papel de embrulho para o Natal, o equivalente a 385 000 km de papel, que dariam para fazer uma ponte entre a Terra e a Lua...

Para que o papel seja reciclável, use sempre papel sem brilhos (tudo quanto brilha é microplástico), e o que puder, a adultos por exemplo, ofereça sem ser embrulhado. Use sacos de papel reutilizáveis para embrulho. E aproveite o papel que puder para embrulhos do próximo ano. E lembre-se que a reciclagem gasta outros recursos preciosos, como água.

 

O verdadeiro luxo é não desperdiçar e partilhar. Lembre-se disso no Natal que vos desejo muito Feliz e com muita partilha,