Saltar para: Posts [1], Pesquisa [2]

Conversas à Mesa

A MOURA EM MOURA

IMG_0697.JPEG

Há muitos anos que não ia a Moura, desde que lá tirei a carta de patrão local nos Bombeiros, como parte de um incentivo para os pescadores do rio e para a motonáutica após a construção da barragem do Alqueva. Íamos num grupo de amigos e acabávamos sempre por lá jantar.

Come-se bem em Moura, há uma boa escolha de restaurantes em locais agradáveis, uns modernos e despojados, como O Ideal, outros típicos com um aroma de toiros, como o Barranquenho, e ainda alguns mais pesados de decoração, como o Vermelhudo. Este é o segundo post descritivo das refeições que fiz num fim-de-semana em Moura, sendo que o primeiro já publicado nos traz um restaurante de Pias, a 15 km de Moura, e pelo caminho, uma pastelaria/café em Vendas Novas (aqui).

 

IMG_0704.JPEG

Frango frito com batata frita às rodelas caseira

 

 

 

IMG_0705.JPEG

Ovos rotos com tomatada e presunto

 

IMG_0699.JPEG


barranquenho.jpg

A casa de jantar do Barranquenho. Prefiro ficar na sala da entrada. 

 

 

 

IMG_0716.jpg

Na entrada, há sempre gente, à espanhola. 

Começo já com O Barranquenho, um restaurante de que gostei imenso. Com muita inspiração de Barrancos, comidas da raia espanhola, como diversas frituras, e a informalidade do petisco. Abancámos à noite para comer na sala de entrada, sentados em bancos altos em redor de grandes barris. A decoração está muito ligada aos toiros, mas também tem uma parede pejada de utensílios de antanho, desde as formas em madeira para sapatos às peneiras, passando por estribos, com os quais atualmente é comum decorar-se os restaurantes. Começa a cansar um pouco este arraial de cenas. Mas vamos ao que nos interessa. Comi dois petiscos que estavam perfeitos: o frango em pedacinhos de fritura impecável e cheio de sabor, muito guloso, e os melhores ovos rotos que já comi, enriquecidos com uma tomatada bem alentejana e presunto à moda de Barrancos (belissima batata frita às rodelas). A acompanhar cerveja, sangria ou vinho da região. Se lhe faltar alguma coisa na mesa, não espere, vá até ao bar, peça e traga. Por ali passou o cante alentejano ambulante, que deu graça à refeição. Há ainda a opção de uma grande esplanada do outro lado da rua e de uma casa de jantar. Se só fizer uma refeição em Moura, não hesite em ir a este restaurante, que não se limita a petiscos, tem também marisco e carne de porco ibérico em várias conjugações.

IMG_0757.JPEG

IMG_0760.jpg

Tenho vindo a descobrir que ainda há muita batata frita do melhor, cortada na casa. e que bom é batata frita boa...

 

IMG_0768.JPEG

Carne de porco de alguidar com migas

 

IMG_0776.JPEG

Tarte de amêndoa e chila

 

Mudando de registo, para O Vermelhudo, situado no centro de Moura e detentor de ótimo ar condicionado. A decoração é sui generis, com muitos quadros e algumas fotos a ocupar espaço nas paredes, sem qualquer qualidade, a fazer-nos sentir saudades das paredes cobertas de cenas do Barranquenho. Aqui optei por um clássico, a carne de porco de alguidar bem temperada com migas, de comoventes simplicidade e sabor. Na mesa, pão alentejano e azeitonas. Bacalhau e carnes diversas completam a oferta. Serviço extremamente simpático, e uma sobremesa deliciosa, a tarte de amêndoa e chila. Uma boa opção em Moura. Tem meias doses, tudo a preços convidativos.

 

 

IMG_0814.JPEG

Cabrito assado com batatinhas

 

IMG_0820.JPEG

IMG_0829 2.JPEG

Pudim de laranja com caramelo salgado

 

Se quiser ir a um restaurante mais depurado, com decoração leve e minimalista, ambiente extremamente agradável e sem cenas a trepar pelas paredes, opte por O Ideal. De todos os descritos é o mais caro, sendo a ementa variada. Escolhemos o cabrito, prato do dia, bem temperado e assado com boa batatinha, e mais nada. Ambiente calmo, com música ambiente simpática e mesas com uma separação muito apreciada. Para sobremesa veio pudim de laranja com risquinhos de caramelo salgado, em substituição de um Fidalgo que estava na ementa mas infelizmente esgotado. Foi uma refeição agradável, com serviço cortês.

Já tem aqui boas opções para quando estiver em Moura. Aproveite e dê uns passeios no Alqueva. Uma boa ideia é alugar um barco casa (não obriga a qualquer tipo de carta e é facílimo de manejar e dormir e comer em plena barragem (Amieira Marina).

 

Taberna O Barranquenho  

Rua de S. lourenço 2A e 4, 7860-042 Moura                                                                                                             

Tel: 961 463 813

Fecha à segunda-feira e à terça-feira

 

O Vermelhudo

Rua da Latoa 1, 7860-136 Moura

Tel: 968483023

Fecha ao domingo e à quinta-feira à noite

 

O Ideal

Rua Serpa Pinto 10-12

Moura 7860-069

Tel: 966 656 967

Fecha às quartas-feiras e quintas-feiras

 

 

 

A MOURA EM MOURA

IMG_0697.JPEG

Há muitos anos que não ia a Moura, desde que lá tirei a carta de patrão local nos Bombeiros, como parte de um incentivo para os pescadores do rio e para a motonáutica após a construção da barragem do Alqueva. Íamos num grupo de amigos e acabávamos sempre por lá jantar.

Come-se bem em Moura, há uma boa escolha de restaurantes em locais agradáveis, uns modernos e despojados, como O Ideal, outros típicos com um aroma de toiros, como o Barranquenho, e ainda alguns mais pesados de decoração, como o Vermelhudo. Este é o segundo post descritivo das refeições que fiz num fim-de-semana em Moura, sendo que o primeiro já publicado nos traz um restaurante de Pias, a 15 km de Moura, e pelo caminho, uma pastelaria/café em Vendas Novas (aqui).

 

Começo já com O Barranquenho, um restaurante de que gostei imenso. Com muita inspiração de Barrancos, comidas da raia espanhola, como diversas frituras, e a informalidade do petisco. Abancámos à noite para comer na sala de entrada, sentados em bancos altos em redor de grandes barris. A decoração está muito ligada aos toiros, mas também tem uma parede pejada de utensílios de antanho, desde as formas em madeira para sapatos às peneiras, passando por estribos, com os quais atualmente é comum decorar-se os restaurantes. Começa a cansar um pouco este arraial de cenas. Mas vamos ao que nos interessa. Comi dois petiscos que estavam perfeitos: o frango em pedacinhos de fritura impecável e cheio de sabor, muito guloso, e os melhores ovos rotos que já comi, enriquecidos com uma tomatada bem alentejana e presunto à moda de Barrancos (batata frita de palito impecável). A acompanhar cerveja, sangria ou vinho da região. Se lhe faltar alguma coisa na mesa, não espere, vá até ao bar, peça e traga. Por ali passou o cante alentejano ambulante, que deu graça à refeição. Há ainda a opção de uma grande esplanada do outro lado da rua e de uma casa de jantar. Se só fizer uma refeição em Moura, não hesite em ir a este restaurante, que não se limita a petiscos, tem também marisco e carne de porco ibérico em várias conjugações.

 

Mudando de registo, para O Vermelhudo, situado no centro de Moura e detentor de ótimo ar condicionado. A decoração é sui generis, com muitos quadros e algumas fotos a ocupar espaço nas paredes, sem qualquer qualidade, a fazer-nos sentir saudades das paredes cobertas de cenas do Barranquenho. Aqui optei por um clássico, a carne de porco de alguidar bem temperada com migas, de comoventes simplicidade e sabor. Na mesa, pão alentejano e azeitonas. Bacalhau e carnes diversas completam a oferta. Serviço extremamente simpático, e uma sobremesa deliciosa, a tarte de amêndoa e chila. Uma boa opção em Moura. Tem meias doses, tudo a preços convidativos.

 

Se quiser ir a um restaurante mais depurado, com decoração leve e minimalista, ambiente extremamente agradável e sem cenas a trepar pelas paredes, opte por O Ideal. De todos os descritos é o mais caro, sendo a ementa variada. Escolhemos o cabrito, prato do dia, bem temperado e assado com boa batatinha, e mais nada. Ambiente calmo, com música ambiente simpática e mesas com uma separação muito apreciada. Para sobremesa veio pudim de laranja com risquinhos de caramelo salgado, em substituição de um Fidalgo que estava na ementa mas infelizmente esgotado. Foi uma refeição agradável, com serviço cortês.

 

Já tem aqui boas opções para quando estiver em Moura. Aproveite e dê uns passeios no Alqueva. Uma boa ideia é alugar um barco casa (não obriga a qualquer tipo de carta e é facílimo de manejar e dormir e comer em plena barragem (Amieira Marina).

 

 

O Ideal

Rua Serpa Pinto 10-12

Moura 7860-069

Tel: 966 656 967

Fecha às quartas-feiras e quintas-feiras

 

Taberna O Barranquenho                                                                                                                

  1. de São Lourenço 2A e 4, 7860-042 Moura

Tel: 961 463 813

Fecha à segunda-feira e à terça feira

 

 

 

O Vermelhudo

  1. da Latoa 1, 7860-136 Moura

Tel: 968483023

Fecha ao domingo e à quinta-feira à noite

 

 

 

E PIAS FICA NO MEIO

 

IMG_0661.jpeg

 Não sei bem o que me deu para ir passar um fim de semana a Moura, em pleno Alentejo, e a meio de agosto .

Já não ia a esta agradável cidade alentejana há muitos anos, desde que lá tirei a carta de patrão local nos bombeiros, porque o Alqueva é um mar de água…

Quando alguns dias antes da partida vi a temperatura, fui suficientemente teimosa para não desistir, apesar de a máxima ser de 39 graus. De dia, dificilmente se andava na rua. Lá me arrastava para o restaurante, a praticar o serviço público de vos dar parte de onde e o que comer, caso os leitores decidam ir a Moura (na primavera ou no outono, aconselho eu). Os restaurantes, mesmo os mais humildes, costumam ter ar condicionado, nuns melhor que noutros, mas a entrada e a saída dos almoços eram um desafio radical para quem não está habituado a estas canículas.

Visitei vários restaurantes e vou dividi-los em vários posts, sendo que o primeiro contempla uma refeição leve a meio do caminho e um almoço já quase a chegar ao destino, em Pias, no restaurante O Adro.

Este restaurante é muito frequentado pela população local, pelo que está sempre cheio. Ao fim-de-semana e feriados não marcam mesa, que apenas conseguirão se chegarem ao bater do meio dia ou quase às 15h.

Acho graça ao conceito deste restaurante, que além do turismo interno tem como alvo os locais: O Adro é uma marisqueira e uma casa de peixe ao mesmo tempo que exibe uma bela carta de comida alentejana. Quando entrei, achei estranho ver quase toda a gente a comer sapateiras, camarões e robalos grelhados, mas depois realizei que se eu vivesse em Moura não quereria comer migas com entrecosto e carne de alguidar a toda a hora, e que um peixinho do mar seria muito bem-vindo com o calor infernal.

 

IMG_2601.jpg

IMG_2604.jpg

Eu, sendo ribeirinha, fui mais para as alentejanices. O cardápio foi variado: a abrir, fígado assado em tirinhas, torresmo do rissol, bom pão. Em seguida, a pedido dos comensais locais, choco frito e bacalhau com espinafres e camarão; para os estrangeiros como eu, cabrito assado com arroz de miúdos e batatinha assada e costeletas de borrego. Tudo bem executado, boa carne quer do cabrito quer do borrego, belíssima batata frita, choco macio e bom de polme. 

 

IMG_0656.JPEG

Choco frito 

 

IMG_2606.jpg

Bacalhau com camarão

 

IMG_2605.jpg

Cabrito com batatinha assada e arroz de miúdos

IMG_2608.jpg

Costeletas de borrego

 

IMG_2612.jpg

 

IMG_0658.JPEG

O pijaminha

IMG_0664.JPEG

O Fidalgo

 

IMG_2613.jpg

Chegada a hora da sobremesa, sugeriram um pijaminha para provarmos de tudo. Ele veio, mas eu pedi um Fidalgo só para mim, que já o tinha debaixo de olho quando passara pelo frigorífico das sobremesas. É o meu doce alentejano favorito e não desiludiu. As farófias tinham melhor aspeto que sabor.

Serviço simpático. Um restaurante a voltar para explorar melhor a carta. Preços justos em redor dos 10€/12€ para uma dose bem servida, e de 7,5€ para uma boa meia-dose.

Quando sair do restaurante, aproveite para comprar uns vinhos em frente, na casa da sociedade vinícola da Família Margaça, nomeadamente o Touriga Nacional.

No caminho, à ida ou à vinda, não indo pela autoestrada, siga pela nacional 4 e não deixe de parar em Vendas Novas para comer a bela bifana local. Carne do lombo batida com o martelo de madeira até se obter um bife com uns 3 mm de espessura, sem nervos nem gorduras, apenas temperado com sal e alho. Os locais de bifanas são mais que muitos, mas a que comi na Pastelaria Princesa (mesmo em frente ao quartel) estava a preceito, metida na carcaça levemente torrada para tornar o pão estaladiço mas não seco. A carne não estava cozida na gordura, mas sim levemente maillárdica, com os sabores desta reação caramelizadora. Estava deliciosa, a dispensar condimentos de mostarda ou picante. À parte pode pedir batata chip de pacote ou palito, infelizmente do congelado. A bifana custa 2,40 €. Para enriquecer o petisco, coma uma empada (1,50 €) e ficará revigorado para toda a viagem. A esplanada da Pastelaria Princesa é muito agradável e dotada de boas sombras.

adro_casa

O Adro

Largo de Santo António  20, 7830-206 PIAS

Tel: 284 858 456

Fecha sábado ao jantar e domingo todo o dia

 

Pastelaria Princesa

Av. Da República 48

7080-100 Vendas Novas

Tel: 203 288 262

Aberta todos os dias das 7h às 19h30

A ANGOLANA

1e543349-f38d-4410-af88-1c178765d5e6.jpg

Hoje apresento-vos mais um restaurante de comida1 que já frequento há vários anos. Fica no centro antigo de Loulé e teve durante anos as incaracterísticas instalações, algo escuras, da sua classe, mas com boa comida a preços convidativos. Da ementa constam os nossos clássicos da grelha como sardinhas, peixe-espada, carapaus, chocos, besugo, atum e anchova, esta última sempre uma boa escolha no Algarve. Tenham em mente que a Angolana é uma churrasqueira. Como diria o meu querido José Quitério, “do naipe cárnico” saliento os bifes, a entremeada, os secretos, as febras e o frango. Notáveis são as batatas fritas e os legumes, elas sempre crocantes e eles sempre no ponto perfeito de cozedura, o que é raro neste tipo de casas. O que realmente sempre diferenciou a Angolana é que estes pratos mais que comuns têm boa matéria-prima, boa mão na grelha e os tais aprumados acompanhamentos. A panóplia de sobremesas é enorme, com destaque para o colchão de noiva (torta de claras) e para o banoffee, muito em moda no Algarve (tarte de banana e caramelo, banana and toffee, de onde lhe vem o nome), certamente por causa da estrangeirada.

 

722d1c95-a702-4350-86d7-25978e3b6a2b.jpg

Choco com tinta grelhado

 

1789afbf-f6d9-4b55-8852-cbce8f1fe61d.jpg

IMG_2573.JPG

Meia dose de picanha com batata frita, arroz e feijão preto

 

 

f4e788ef-da72-49e3-853e-220365dc1091.jpg

Meia dose de bife de atum com legumes e batata cozida

 


Não bastando, quero aqui louvar a dona, a verdadeira angolana, mulher bonita e simpática que acompanha atentamente o movimento da casa. Louvar por ter tido a coragem de mudar completamente a decoração do restaurante sem aumentar os preços dos pratos (estamos a falar de meias doses muito bem compostas de picanha a 8 euros e de uns chocos grelhados a 12). Mantendo o ambiente africano através de grandes peças, como quadros e esculturas em madeira, às quais se juntam uma coleção de elefantes e outros itens similares, a decoração em tons de branco e bege resulta leve e muito confortável. A completar, o ar condicionado eficaz e um serviço muito simpático dão-me sempre vontade de lá voltar porque nunca saí desapontada. A Angolana tem também serviço de take away.

 

1 Por restaurante de comida quero dizer um restaurante onde se vai pela comida, não para se ser visto nem para se ver, não para ser surpreendido, pelo contrário para não o ser, não pela decoração, etc.

 4d8642a0-fd00-4685-a21f-4fab6355735b.jpg

Churrasqueira Angolana
R. da Nossa Sra. da Piedade 63, Loulé

Tel: 289 463 198

Fecha ao Domingo, segunda-feira ao almoço e feriados