O Lúria, ou o aproveitamento de novas técnicas ao serviço da tradição
O sável frito com açorda de ovas do mesmo
Há muitos anos que frequento o Lúria, mas geralmente como alternativa ao Chico Elias. Neste momento, é precisamente o contrário, e por duas razões. Uma é a infortunada baixa de qualidade do Chico Elias; a outra prende-se com a subida do Lúria, que fez recentemente obras que tornaram mais agradável e luminosa a casa de jantar. Mas não nos ficamos por aqui.
Um dos famosíssimos tabuleiros de Tomar encontra-se à porta do restaurante
Fátima Antunes cozinha no Lúria há cerca de trinta anos, desde que, juntamente com o marido na parte da sala, deram início ao restaurante situado na Portela de S. Pedro, perto de Tomar. Recentemente, o Lúria ganhou um reforço quando a filha do casal acabou o curso de hotelaria e trouxe algumas novidades para a cozinha.
Fátima Antunes, cozinheira-proprietária
A compra de abatedores de temperatura e o domínio da conservação no vácuo e de outras tecnicas e aparelhos permitiram-lhes continuar a apresentar alguns produtos em perfeitas condições para além da sua época natural. É o caso das silarcas, servidas em açorda, e das ovas de sável, na mesma confecção. É indubitavelmente este o caminho do futuro que a família Antunes parece saber trilhar: manter a tradição, mas tratá-lá com todos os avanços que as novas técnicas permitem.
A Patrícia, filha do casal de proprietários, cresceu no meio...
O Lúria tem ainda uma mais-valia de que, infelizmente, carece grande parte dos nossos restaurantes, sejam eles tascas ou vanguardas, a saber um serviço esmerado. Apesar de desusada, todos nós sabemos o que significa esta palavra: conhecimento do que se está a fazer e simpatia sem familiaridade. Quer o patrão, o Sr. Francisco, quer o seu colaborador, revelaram-se excelentes profissionais.
Já tenho restaurante quando passo em Tomar.