A FRUTA QUE É PÃO
São Tomé tem uma vegetação luxuriante que cobre praticamente as duas ilhas, não deixando qualquer pedaço de solo à vista. As árvores elevam-se no ar obrigando-nos a dobrar o pescoço para lhes conseguir ver o fim. Os imbondeiros, que na savana angolana, parecem gigantes, aqui ficam rasteiros ao pé das jaqueiras e das árvores de fruta-pão, por exemplo. Os próprios frutos costumam também ter um tamanho fora do comum.
Mas o que me pareceu mais fora do comum foi a sua utilização. É costume utilizarem-se como acompanhamento do peixe ou da carne, como se fossem legumes. Um bom exemplo deste uso, é a banana. Há cerca de sete variedades de banana em São Tomé, na maioria semelhantes às variedades do Brasil. Mas há uma muito especial, a banana-pão, muito comum em África e que se come unicamente depois de cozinhada. Aqui fazem-na frita, em pedaços ou em chips, ou assada. Tal como esta banana serve de pão, de hidrato de carbono para acompanhar a proteína, também a fruta-pão cumpre a função que o nome indica. Assada inteira até a pele ficar chamuscada, ou cortada em pedaços, é comum em todas as vendas de comida de rua, surgindo nos fogões a carvão juntamente com o polvo, o choco ou o peixe. A jaca, outro grande fruto com ar pré-histórico, também serve o mesmo propósito.
Mas vejam o filme em que Ismael Olivares, chef do hotel Pestana São Tomé, nos explica tudo sobre os frutos de São Tomé. Foi feito pelo Mário Cerdeira, a quem agradeço.