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Conversas à Mesa

A MODERNIDADE DO HOTPOT

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Há toda uma história, uma técnica e uma arte milenares relacionadas com o hotpot chinês. De região para região variam os caldos, o teor de picante, as guarnições e o número de compartimentos da panela. No Norte da China, faz-se de carneiro, na costa sul de marisco e na província ocidental de Sichuan, muito picante. Nesta última, é a principal comida de rua, presente porta sim, porta sim. Sempre foi uma comida de partilha e do povo, onde, no caldo da sua escolha, cada um cozia os seus produtos preferidos, pagando apenas o que consumia. Vísceras de búfalo, por exemplo.

 

 

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Foi um hotpot da região de Sichuan que fui convidada a experimentar antes do lançamento na carta pelo The Old House, situado perto da FIL, na EXPO. O espaço do restaurante é muito bonito, gostei imenso do uso do azulão, em armários e potes, assim como das enormes lanternas e das figuras da ópera chinesa pintadas nas paredes.

 

 

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O chef do The Old House

 

 

 

 

 


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O caldo, tal como é trazido para a mesa. A primeira coisa a fazer é retirar (e comer, se gostar) os legumes e a carne usados na sua confecção.

 

 

 

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A escolha de molhos e temperos. Gostei imenso do de tofu.

 

 

 

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Bolinhas de camarão para cozer no caldo.

 

 

 

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Bolinhas de carne

 

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Algumas das carnes (vaca), finamente cortadas para cozerem brevemente no caldo 

 

É uma experiência muito divertida e saborosa, ideal para refeições de família ou de amigos, um acontecimento a ser partilhado com boa disposição. A panela com o caldo é trazida para o centro da centro da mesa e são-nos dadas instruções precisas. O primeiro desafio é conseguir tirar e pôr as guarnições a cozer dentro do caldo usando os pauzinhos. Diferentemente da fondue em que há um garfo para cada um que apenas serve para tirar e pôr a comida na panela, no hot pot é tudo ao molho. Os pauzinhos que vão à boca também vão à panela, não havendo propriedade privada sobre os nacos que ficam imersos no caldo. A quantidade de guarnições disponíveis ronda as várias dezenas, desde uma enorme variedade de legumes crus até fatias de diversos tipos de carnes, passando por gyosas, bolinhas de camarão e de carne de porco. Tudo politicamente correcto para ocidentais. Depois de cozidos os materiais, há que passá-los pelos molhos (cada pessoa pode escolher 3 de 5, desde os inócuos aos mais picantes) e por diversas tacinhas com temperos. Um entretém para várias horas.

 

 

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As cestas carregadas de legumes e diversos tipos de tofu 

Para comer o hotpot há que reservar com 24 horas de antecedência, para um mínimo de 4 pessoas (30 euros por cabeça).

Se quiser provar alguma coisa mais exótica, aconselho um prato de aperitivo que inclui cabeças, moelas e línguas de pato. Fiquei rendida.

 

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Cabeças, línguas e moelas de pato. Em primeiro plano, entrecosto de porco.

 

 

 

 

 

O hotpot atesta a atualidade da comida chinesa. Não só é comida com sabor, espectáculo, surpresa e emoção, como também é moderna pelo cuidado com as cozeduras curtas. Um prato com mais de mil anos que se identifica com o nosso moderno conceito de gastronomia. A não perder.

 

Obrigada ao Pedro Cruz Gomes pelas fotografias. Veja aqui o artigo do seu blog Gastrossexual, escrito sobre este mesmo tema.

 

 

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Foto do site da The Old House onde se vê a sala do primeiro andar destinada aos hotpots. 

 

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