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Conversas à Mesa

A PASTELARIA DE JERONYMA CATHARINA

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Andava eu à procura de receitas com chocolate para o livro que estou a escrever e que irá sair em 2018, Edição CTT, quando encontrei na minha biblioteca este extraordinário livro de pastelaria. A autora escreve com o pseudónimo de Jeronyma Catharina, mas assina a dedicatória com as iniciais O.D. Pelo prefácio de um tal padre José Gonçalves Remédio, é alentejana, da zona do Vimieiro, onde este foi escrito. O livro chama-se O Confeiteiro Pratico Portuguez, é da Antiga Casa Bertrand, 1908.

Afirma o padre Remédio que este livro é especial, não é como os outros «em que nem todas as suas receitas são praticáveis e quantas vezes fazem exgotar a paciencia e causam a perda total os ingredientes empregados!» Como tem razão, ainda hoje se publicam livros de receitas, mais de cozinha do que de pastelaria, em que a maioria das mesmas nem sequer foi testada e em que as quantidades dos ingredientes são completamente inventadas na ocasião. Quantas vezes se mudam um ou dois ingredientes, só para evitar o plágio, sem sequer experimentar se estes resultam. Depois, quem faz as receitas em casa pelo livro pensa que estas não resultaram por falta de jeito seu.

Mas neste livro, assegura o prefaciador, «Todas as receitas n’elle contidas, sem excepção de uma só, foram primeiro experimentadas pela autora.

As receitas mais conhecidas, como por exemplo os biscoitos Esses ou o Toucinho do Céu surgem em inúmeras versões. É que em aldeias que distam 3 ou quilómetros entre si as versões de um prato podem ser muito diferentes.

As receitas estão bem explicadas. Uma delas, a de queijada, ensina a fazer as pregas da massa exterior à mão, como antigamente se fazia antes do aparecimento das forminhas pregueadas. Para mim, fazer aquela massa finsisima das queijadas já é um desafio, imagino o que seja preguear a massa!!!

Se puder deitar-lhe a mão, não perca.

 

 

3 comentários

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    conversasamesa 03.09.2017

    Cara Helena
    Sou amiga do David e ele contou-me como foi trabalhoso testar as receitas. É claro dispendioso. Aqui mal se vendem umas centenas de exemplares e os editores cada vez querem gastar menos. Hoje em dia há muitos livros de receitas publicados em que o autor além de nada receber ainda paga as próprias fotografias. Depois a qualidade é quase nula. Temos de conversar. Beijinhos
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    Helena Pereira 03.09.2017

    Olá de novo,
    realmente o panorama em Portugal não é muito animador, e penso que em parte pela pequena dimensão do mercado. Por isso é ainda mais importante investir em informação de qualidade.
    Tenho todo o gosto em conversarmos!
    Um beijinho
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