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Conversas à Mesa

COMER BEM E BARATO EM SETÚBAL: O BATAREO

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A alegria começa com umas fresquíssimas ovas de pescada primorosamente grelhadas, cortadas em bons pedaços, regadas com um azeite agradável e coloridas com estilhaços de coentros. Estavam na montra do peixe e tinham um ar tão convidativo que era impossível resistir-lhes, exibindo-se mesmo ao lado de uma travessa de bem alinhados salmonetes com o tamanho da minha preferência. Estes vieram a seguir às ovas e provaram estar fresquíssimos, na sua melhor época, e com o incrível sabor a mar que os caracteriza. Servidos como manda a lei, com os interiores intactos, e com uma batatinha muito saborosa. Não esqueça que a melhor época dos salmonetes é durante o inverno, sobretudo novembro e dezembro.

Setúbal tem boas casas de comida. A Ribeirinha do Sado, de irrepreensíveis carapaus manteiga (ver aqui no blog), ou a Antiga Casa de Pasto Orlando (e aqui), com o verdadeiro choco frito e peixe fresco, são restaurantes fiáveis, boa comida e bons preços. A estas duas casas, junto o Batareo, onde se reúnem duas características indispensáveis: peixe fresco (muito local) e boas mãos na grelha. O Batareo é propriedade de um casal que está sempre presente na sala e tem clientela local regular. Daquela que já tem preferência por certas mesas, onde se sentem quase em casa. Quando lá estava a almoçar, entrou um casal de Lisboa à procura de um restaurante de choco frito, uma pergunta que deve ser penosa para este tipo de restaurantes que vive do bom peixe e não do choco frito que vem da Índia em grandes placas congeladas. Acabaram por ficar a comer um peixinho grelhado...

 

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A experimentar também a barriga de atum, quando a houver, e os carapaus manteiga, lá para julho/ agosto, época em que estão mesmo manteiga. Se tiver a sorte de apanhar vieiras, mande vir uma meia dúzia, para dar início à refeição.

O que não aconselho é a sericaia: a que me calhou estava granulosa, com pedaços de gema coagulados, como se vê na foto, não tendo sido feita a preceito (com a massa arejada por ter sido espalhada em grandes colheradas).

 

 

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O Batareo tem uma esplanada sobrelevada, virada para o cais do ferry, ideal para o almoço dos dias temperados, mas o interior não é abafado.

 

Vale a pena ir de Lisboa ao Batareo, é menos de uma hora de caminho. Aproveite para ver o moinho de maré da Mourisca (tem um pequeno café) e visite a Casa da Baía, onde encontra lojas com produtos locais.

 

Rua das Fontaínhas, 64

Setúbal
Tel: 265 234 548
Fecha às segundas e só abre ao almoço

 

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