FERIADOS DE JUNHO EM TORRE DE PALMA
O local onde virá a erguer-se o Torre de Palma Wine Hotel foi um corropio de civilizações separadas por séculos. Aqui se encontrou ocupação pré-histórica (4º ou 3º milénio a. C.) sob a forma de inúmeras sepulturas escavadas pelo grande etnógrafo Leite de Vasconcelos. Séculos depois aqui se instalou a família Basilii, que construiu a sua luxuosa villa a escassos 150 m onde virá a edificar-se o corpo do hotel. A situação é priveligiada, ficando muito próxima d a via que ligava Emmerita Augusta (Mérida) a Olisipo (Lisboa). Trata-se da maior villa romana já descoberta em Portugal, já que os Basilii sabiam rodear-se de todos os luxos de Roma. Águas correntes e termas privativas com origem num aqueduto, grandes espaços e decoração cuidada com lindíssimos painéis em mosaico são sinónimo da riqueza da família, cujos proventos tinham origem na criação de cavalos para as corridas do Circus Maximus, na capital do império. Ligeiros, finos e ardentes, os valiosos cavalos lusitanos, aperfeiçoados a partir da raça mais antiga do cavalo ibérico, apaixonavam nas corridas de bigas. Nunca me esqueço da mais famosa de todas, a do filme Ben-Hur, em que o Charlton Heston faz uma corrida quer ainda hoje me tira a respiração. Os Basilii cultivavam vinhas e olival e faziam azeite e vinho. Aos vencedores era colocada uma palma, de onde virá o nome Torre de Palma. A Torre foi construída na época medieval, quando a propriedade passou para as mãos da Coroa portuguesa. Hoje faz parte do hotel. O seu topo é ideal para abarcar toda a região, de preferência na companhia de um copo de branco Torre de Palma 2016. Os donos, Ana Isabel e Paulo Rebelo, fizeram os possíveis por manter todas estas tradições quando compraram a propriedade e construíram o hotel há poucos anos.
A perder de vista
O enorme e confortável quarto onde fiquei
e a varanda do quarto onde de manhã cantam os passarinhos.
O hotel vínico Torre de Palma é ideal para passar os feriados de Junho. Além da óptima comida do restaurante Basilii, pela mão de Filipe Ramalho, um alentejano que cozinha a tradição local porque faz parte dela, podemos saborear os vinhos Torre de Palma, a cargo do enólogo Luís Duarte. São feitos em pequenas quantidades e com grande cuidado a partir de sete castas (Aragonez, Alicante Bouschet, Touriga Nacional e Tinta Miúda para o tinto, e Antão Vaz, Arinto e Alvarinho, para o branco) e podem ser bebidos no hotel ou comprados na loja, onde também estão presentes outros produtores locais. Ana Isabel e Paulo Rebelo mantiveram as tradições do tempo dos romanos: há um picadeiro e podem fazer-se passeios a cavalo, e um spa com piscina interior e exterior.
O restaurante Basilii
O chef Filipe Rocha e uma entrada de ovos mexidos do restaurante
Cozinhando no exterior
O enólogo Luís Duarte na lindíssima adega que associa cimento e madeira
Dois dos óptimos vinhos de Torre de Palma, produzidos em pequenas quantidades
As noites de Junho são ideais para nos estendermos no terraço da torre a ver as estrelas. Como o hotel está isolado, o escuro é profundo e conseguimos ver biliões de estrelas. Os dias, para aproveitar na piscina exterior ou em passeios na lindíssima região de Monforte. Ou a visitar a adega, ou os produtores locais, como a D. Octávia que no vizinho Cano produz enchidos e uma incrível cabeça de xara. Ou a visitar as ruínas da villa dos Basilii. Ou simplesmente no dolce farniente nas instalações do Torre de Palma, aproveitando a hospitalidade de quem tão bem sabe receber.