MANO A MANO DOS CROISSANTS
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A minha missão de hoje é comparar dois croissants perfeitamente comparáveis, num verdadeiro mano-a-mano. Nós portugueses temos dois tipos de croissants: os que se assemelham a massa folhada (camadas finas de massa permeadas de manteiga mas levedadas), mas não são exactamente massa folhada porque contêm um fermento que os faz levedar e crescer, e os que são à base de massa lêveda de brioche e adocicados.
Os croissants franceses são do primeiro tipo. São comidos habitualmente simples, sem qualquer adição, porque a manteiga do folhado lhes empresta um sabor que só a manteiga pode dar. A maioria das vezes não há um bom substituto para a manteiga, há confecções que têm de ser mesmo feitas com ela. Depois, há outras minudências, por exemplo, a manteiga portuguesa é diferente da francesa, tem mais soro de leite, mais líquido. Essa característica é visível na forma como barram. Mesmo saída do frigorífico, a nossa manteiga barra-se com mais facilidade porque é mais mole devido a uma maior percentagem de líquidos.
Os dois croissants que comparo hoje são de massa de brioche, aqueles que habitualmente se vendem nas nossas pastelarias. Comprei os dois na mesma tarde para os provar em simultâneo. É sempre difícil comparar duas coisas diferentes quando não estamos a comer ao mesmo tempo, a menos que tenhamos uma fantástica memória de palato. Um é de O Melhor Croissant da Minha Rua, de Cascais. O outro foi comprado na padaria do Continente do Cascaishopping. Escolhi os exemplares mais bonitos de cada um e provei-os simples.
Aqui o croissant do Continente é o de cima. O de OMCDMR está em baixo. Na foto de capa, o do Continente é o da esquerda.
Loja de O Melhor Croissant da Minha Rua, em Cascais
Balcão no interior da loja do Continente no Cascaishopping.
Preço
Continente: 1 euro
O MCDMR: 1,40 euros
Para o dia do Pai, o Continente tem uma promoção: leva 3 e paga 2. Paga 67 cêntimos por croissant.
Embalagem do OMCDMR (esq) e do Continente para 1
Embalagem do Continente para 3
Embalagem
No caso da compra de 1 croissant, o continente embrulha em saco de papel. Para 3, há uma caixa muito pratica com pega. A OMCDMR dá 1 em caixa.
À Vista
Inteiros: o croissant do Continente ganhou pontos à vista por ser mais alto, mais estruturado, com a sua cobertura de açúcar em pó, embora o brilho do glaceado de OMCDMR seja bonito.
Cortados ao meio: ganha o croissant do Continente, mais alto e mais preenchido contra o outro cheio de grandes buracos que fazem adivinhar problemas de levedação. Outro factor negativo de OMCDMR: a massa interior com aspecto encruado, o que se confirmou na prova gustativa. A massa é daquelas que se pode fazer bolinhas pesadas com ela.
À frente o croissant da OMCDMR, cheio de buracos, massa encruada e mal levedada. Atrás, o do Continente, bem preenchido e bem cozido, sem estar seco.
O OMCDMR
Continente
À Prova
Ganhou o croissant do Continente, com a sua massa bem levedada e leve, bem cozida sem ter secado. A de OMCDMR revelou-se encruada e pesada. O croissant do Continente apresenta um pouco mais de folhado na massa de brioche, o que lhe dá mais leveza, sem perder a textura densa que tanto agrada aos portugueses. A nível de doçura na massa, são ambos semelhantes.
O vencedor é de longe o croissant do Continente. No Continente do Cascaishopping, existe um balcão só para os croissants e os respectivos recheios que se vendem em pequenos frasquinhos em plástico. Não experimentei porque não sou fã destes recheios doces, gosto de contrabalançar a doçura da massa de brioche com queijo ou fiambre.