Saltar para: Post [1], Pesquisa e Arquivos [2]

Conversas à Mesa

MAS É NATAL

IMG_5996.jpg

 

 

Haja o que houver, o Natal vai acontecer. E nada como um Natal Covid para darmos valor o que tínhamos. Eu  que me começava a lamuriar no fim de Novembro, porque a minha geração tem de fazer aquilo que os descendentes e ascendentes não podem ou querem, senti-me completamente perdida sem o stress das últimas compras, o quebra-cabeças das prendas,  ou o excesso das comidas. 

Sozinha no último Natal  COVID 2020, respirei de alívio e pensei dar-me ao luxo. De quê? De em vez de escravizar na cozinha nos vapores do bacalhau cozido e das couves ou nos gordurosos eflúvios do óleo de fritar rabanadas, cabelo recém-chegado do cabeleireiro enfiado  numa touca a  gritar por proteção, cozer levemente uma lagosta e comê-la sozinha enquanto emborcava champanhe numa mesa isenta de bolo-rei, mas recheada de doces de ovos sob várias formas. Foi uma lição, o Natal passado. Este ano, chegada a Novembro já eu andava a pensar na cozedura do bacalhau e das couves, no bolo-rei, na minha touca das frituras e na correria cansativa daqueles dias que se avizinhavam. E pelos quais ansiava. 

O omicron ameaça o nosso Natal, mas não o impossibilita. Claro que há algum risco, uso tem riscos, mas não quero transformar a Pandemia em Palermia. Vou correr esses riscos. Vou rodear-me de todos os cuidados possíveis (resguardo antes do Natal, testarem para todos) mas não vou desistir do Natal com todas as tradições. Aprendi que uma lagosta com champanhe sozinha, ou uma caixa de bombons do Francisco Siopa como ceia, não vale nada. Bom mesmo é ter o cabelo a cheirar a rabanadas mas poder abraçar a minha filha e ver o brilho nos olhos das minhas netas. Viva o Natal. Boas Festas a todos, quaisquer que sejam as vossas opções. E um abraço muito apertado aos que estão em confinamento por doença. 

 

PS: o boneco da foto foi feito agora mesmo pelas minhas netas Diana e Mariana. Isto, sim é Natal