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Conversas à Mesa

O CHOCOLATE TAMBÉM É ROSA

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Já aqui falei sobre ele, mas ainda não o tinha provado. Agora, nós portugueses já podemos experimentá-lo sob uma única forma, o Kit Kat. Refiro-me ao chocolate cor-de-rosa, apelidado de Ruby. Foi lançado pela Barry Callebaut, hoje sediada na Suíça, sendo completamente natural. Afirma a empresa que não resulta de manipulação genética nem leva corantes ou aromatizantes. Embora a Callebaut mantenha o segredo comercial, diz-se que a cor provém de um pó que é extraído da cabossa, o fruto do cacau, ao longo do processamento, e reincorporado, ou que não fale de ausência do processo de fermentação, um dos primeiros passos no processamento do chocolate.

O Ruby é apresentado como a quarta cor do chocolate, depois do preto, do de leite e do branco. Como há oitenta anos não surgia nenhum novo tipo de chocolate, o lindíssimo cor-de-rosa tem suscitado uma verdadeira loucura em todo o mundo. Parece uma cor saída de um filme da Disney, que o torna o chocolate mais instagramável. Não foi por acaso que o seu lançamento foi feito no Oriente (China).

À prova revela-se um sabor levemente ácido e a frutos vermelhos que se cruza com a intensidade da manteiga de cacau (embora não haja informação, penso que a percentagem de massas de cacau é muito menor do que a de manteiga de cacau, o que o aproxima do sabor do chocolate branco, sem quaisquer massas de cacau e apenas manteiga). Não é apenas a cor que o distingue dos outros chocolates, mas o sabor. Digo-vos que vale a pena provar.

 

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Eu comprei uns Kit Kat na bomba da Galp (cerca de 1,40 € uma embalagem curta com 4 paus). Essencialmente, sabe a bolacha, como todas as variedades, com uma capa de um chocolate mais parecido com o branco, mas acrescenta-se-lhe um ligeiro sabor frutado, a frutos vermelhos, quem sabe se até por sugestão da cor.

Mas não me fiquei por aqui. Um bom amigo fez-me chegar uma embalagem de pastilhas do Ruby. Depois de o provar, decidi-me a fazer qualquer coisa com ele, embora a quantidade fosse pequena. Escolhi uma espécie de simplicíssimos rochers, que juntam o praliné de amêndoa ao sabor subtil a chocolate do Ruby. Aqui fica o MO (modus operandi) dos Pink Rochers em forma de coração.

Embora ainda não haja chocolate Ruby à venda em Portugal, fica aqui a receita para vos dar a ideia do que é um produto acabado.

Os bombons foram fáceis de fazer. Temperei o chocolate ruby e misturei com praliné de amêndoa moído no liquidificador. Fui provando até o sabor me agradar. Deitei nas formas plásticas para bombons e levei uns minutos ao frigorífico, até endurecerem. Desenformei com cuidado.

 

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Derretendo o chocolate em banho-maria, sem deixar a taça entrar em contacto com a água.

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O praliné de amêndoa, antes e depois de triturado 

 

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 Os pontinhos resultam do praliné