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Conversas à Mesa

OS FUNDAMENTAIS DA MINHA CEIA DE NATAL

 

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Todos nós temos as nossas tradições de Natal. Algumas vêm de linhas ancestrais que já nem dominamos, outras foram sendo criadas por nós. A ceia da minha infância e juventude era sempre peru assado e tinha lugar depois da missa do Galo. O peru era trazido para o jardim de casa onde ficava a vaguear e a fazer gu-glu durante a semana que antecedia o Natal. O clímax peruano era a sua “gavage” com uma boa aguardente que lhe dava sabor às carnes ao mesmo tempo que o entorpecia e lhe proporcionava uma morte bem menos dolorosa que a de um actual frango no matadouro. Talvez os desiluda, mas nunca fui menina de me recusar a comer um animal que conheci pessoalmente, pelo contrário.

 

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Mais tarde, quando fui senhora de escolher a minha ceia, o peru foi substuído pelo bacalhau sob várias formas. Este ano, será bacalhau com broa. A receita é simples: cozer as postas de bacalhau sem nunca o deixar ferver, tirar espinhas e lascar. Cozer batatinhas novas com casca. Levar um tabuleiro (o meu preferido é o de barro preto da KILN, feito em Portugal, de óptima qualidade e lindo) com muito azeite, dentes de alho esmagados e cebola cortada em gomos ao forno. Deixar a cebola ganhar alguma cor e juntar as batatinhas. Mais azeite, nunca é demais o azeite para o bacalhau. No fim, colocar as lascas de bacalhau e cobrir com a broa (broa de milho ou centeio triturada no liquidificador com muitos coentros e um dente de alho). Deitar mais azeite e aquecer bem. Acompanha bem com grelos.

Mas a estrela da ceia de Natal é sempre a mesa das sobremesas. Incontornáveis são as broas de espécie que faço em quantidades pantagruélicas para oferecer aos amigos. A receita está aqui no blog. É trabalhosa mas fácil.

 

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Este ano, o meu bolo-rei é o de chocolate do Francisco Siopa. Funciona como centro de mesa, porque é incrivelmente bonito, a transportar-nos para o ambiente vegetal de musgo que cobre a serra de Sintra, e é delicioso e mágico. Até as frutas são maravilhosas. Pode encomendá-lo através do mail restaurants@penhalonga.com. Custa 35 euros.

 

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O pudim abade de priscos do Miguel Oliveira acompanha o meu Natal desde que foi criado. É a perfeição sob a forma de pudim. All I want for Christmas is pudim do abade. Custa  36 euros em versão de 1 kg e em tamanho médio, 22 euros. Vale bem mais do que pesa... pode encomendar em pudimdoabade.com.

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O Nuno Branco é outro mago do chocolate. As suas criações natalícias são fabulosas e feitas com bom chocolate. sou fã das bolas de chocolate com cores iridescentes que ficam lindas numa taça em cristal, mas este ano rendi-me às árvores de Natal, pequenas (10,25 euros) ou grandes (19,50 euros). Ficam perfeitas a enfeitar a mesa e, no fim, ataca-se nelas. E são presentes de Natal perfeitos, com embalagens a condizer. Para encomendar, ligue 917946 976 - Oficina do Chocolate Branco.

 

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O queijo Serra da Estrela DOP, bem amanteigado tem de ser da São Gião. Tem um sabor muito especial e a textura certa. Só vale a pena abri-lo por cima se for mesmo de entorna, o que é costume nesta época. Quando provar, não vai querer outro.

 

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Para dar um toque divertido à ceia, encomende umas pérolas (são esfericações de bebidas, fruta e até de gaspacho. Pode começar com as gin (que já contêm vários botânicos e são de um azul encantador) ou as mexicanas (de tequila e com um leve travo picante) ou até com as de gaspacho (fabulosas antes do bacalhau). Coloque-as na boca, junto aos dentes da frente, rebente-as devagar com uma ligeira pressão com a língua e a sua boca será magicamente invadida por todos estes sabores. Para encomendar ligue a Filipa Cruz, 913497009 ou mande mensagem no Instagram (dare_portugal).

 

Bom, como pode ver, os meus fundamentais já são em grande número, mas todos eles valem a pena. Votos de Feliz Natal, com muita saúde e muita alegria e com a companhia possível.

 

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