VIAJE COM TEMPO NOS FERIADOS DE JUNHO - BARQUINHA
Imagine que há uma região que lhe pede para a visitar com mais tempo e em contrapartida lhe oferece experiências gratuitas e com descontos e que ainda lhe proporciona um site onde pode reservar o alojamento e encontrar todas essas actividades bem organizadas e à distância de um clique.
Trata-se do programa STAYOVER FÁTIMA-TOMAR (veja o link aqui) que engloba treze municípios da região do Médio Tejo (Abrantes, Alcanena, Constância, Entroncamento, Ferreira do Zêzere, Mação, Ourém, Sardoal, Sertã, Tomar, Torres Novas, Vila de Rei e Vila Nova da Barquinha). Em qualquer delas, quem ficar duas ou mais noites numa unidade de alojamento, entre 15 de Abril e 15 de Setembro, vê-se recompensado com pontos que podem ser trocados por experiências gratuitas ou descontos exclusivos. A única coisa que tem de fazer é efectuar na reserva do alojamento aqui.
Destes 13 municípios visitei Tomar, Vila Nova da Barquinha e Ferreira do Zêzere a convite deste programa. Foram dois dias muito cheios e com tanta coisa cheia de interesse que eu nem sonhava que pudesse existir nestes concelhos que não costumam ser as nossas primeiras escolhas para turismo cá dentro. A unir todas estas vistas uma linha condutora em torno de um roteiro templário. Este poderia ser o tema desta viagem, uma vez que em todos estes concelhos há sinais desta grande ordem militar fundada no princípio do século XII e extinta no princípio do XIV pelo papa Clemente, deixando para trás uma mística ainda hoje bem viva. Ou outra qualquer à sua escolha. Misture ar livre e natureza com história e cultura, templários com esqui náutico, gastronomia com lendas e milagres, festas populares com devoção religiosa. Nesta região tudo isso é possível, sempre num raio de poucos quilómetros.
VILA NOVA DA BARQUINHA
Óptimo destino para os feriados de Junho, a conjugar com Tomar e Dornes. Eu vou contar-lhes a minha experiência com todo este programa Stayover, começando pela maior surpresa que tive: o super-dinâmico concelho de Vila Nova da Barquinha, com um presidente da Câmara muito especial e muito apaixonado pela sua autarquia.
Na Barquinha, o Tejo passa manso e com vagar e une-se ao Zêzere e ao Nabão, trazendo fartura de peixe do rio que proporciona quase dois meses (Fevereiro e Março) de festa gastronómica em torno da lampreia e do sável. Para alongar a vista, almocei no bonito e envidraçado restaurante Loreto, ao mesmo tempo que me deliciava com as curvas do rio e observava alguns barcos na faina da pesca.
Sopa de peixe do Loreto
O Tejo visto do restaurante Loreto
A seguir ao almoço, visitei o Parque de Escultura Contemporânea de Almourol, um imenso espaço verde que escorrega até ao rio, permeado por refrescantes espelhos de água e por mega esculturas de artistas contemporâneos, como António Carneiro, Joana Vasconcelos, José Pedro Croft, Pedro Cabrita Reis e outros.
Trianon, de Joana Vasconcelos, no Parque de Escultura Contemporânea de Almourol.
Sobre a Floresta, de António Carneiro, a minha preferida do parque.
O parque é todo bordejado pelo Tejo, de paisagens mansas e magníficas.
A não perder, a visita ao castelo templário de Almourol, edificado sobre uma pequena ilha à ilharga do Tejo e cujo acesso só pode ser feito por barco (aproveite para fazer um passeio pelo rio). O castelo apenas serviu para fins militares, fazendo parte de uma linha fortificada de defesa da importante cidade de Coimbra, em que cada unidade comunicava visualmente com a seguinte. É um de muitos mandados construir pelo grão-mestre templário Gualdim Pais, em meados do século XII. Após esta visita, fiquei admiradora profunda de Gualdim, guerreiro destemido com uma vida que dava para distribuir por várias pessoas. Combateu com D. Afonso Henriques pela independência e esteve vários anos na Palestina como cavaleiro templário. É o fundador da cidade de Tomar, que defendeu com sucesso, em 1190, já de provecta idade, contra as forças do invasor árabe Almançor muito superiores em número. Este lindíssimo castelo pode ser o ponto de partida para o roteiro dos templários, que passará pelo Centro de Interpretação Templário de Almourol e pelos Convento de Cristo e castelo de Tomar (sendo o conjunto Património Mundial da Unesco desde 1983).
O castelo de Almourol fica situado numa ilha e só tem acesso por barco.
Em Vila Nova da Barquinha visitei ainda o Centro de Interpretação dos Templários, que vale muito a pena pela preciosa informação e pela exposição de fivelas dos templários. Conte com 45 minutos a uma hora. O tema tem grande interesse histórico, mas também uma irresistível aura mística. fiquei apaixonada por aqueles monges-guerreiros, que se distinguiram na Terra Santa, de onde conta a lenda terão trazido o Santo Graal. com ceretza trouxeram grandes experiências e ensinamentos de todos os locais da Terra santa por onde passaram.
Este e outros lindíssimos objectos seriam provavelmente fivelas das vestes templárias e constituem uma colecção única.
Nesse dia, regressei à base, o hotel dos Templários, em Tomar, recentemente renovado e com um espaço de jardim gigantesco, com piscina e com o rio Nabão a delimitá-lo. Tudo isto no meio da cidade, ideal para ir jantar ou almoçar no centro, sempre a pé. Percorri o centro histórico, passando pela Corredoura (actual rua Serpa Pinto), onde se realizavam os desfiles dos cavaleiros da Ordem, e a Praça da República comandada pela igreja de S. João Baptista, construída no tempo em que o Infante D. Henrique residiu em Tomar enquanto grão-mestre da Ordem de Cristo.
Vila Nova da Barquinha
Restaurante Loreto
Avenida dos Plátanos
Vila Nova da Barquinha, Tel: 913868147
Parque de Escultura Contemporânea de Almourol
Visitas guiadas
E-mail: visitas@welcome-to.pt
Tel: 249 711 550 - 927228354
Castelo de Almourol e Centro de Interpretação Templário
Junta de Freguesia de Tancos
Tel: 249712094 – 962625678